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Se a confissão de Bolsonaro de haver “pegado” as gravações da portaria do condomínio não for obstrução de justiça, o que mais será?


O presidente Jair Bolsonaro (PSL) em uma entrevista concedida ao site O Antagonista disse que é “forçação de barra” caracterizar o acesso que ele préviamente teve aos áudios registrados na portaria do seu condomínio como uma possível obstrução à Justiça, em caso de futuras investigações.

Nas palavras do presidente, ele afirmou, que: “Não fizemos cópia de nada, não levamos a secretária eletrônica a lugar nenhum. Meu filho foi lá, botaram na tela 14 de março do ano passado e onde tinha ligação para as duas casas, para a minha e a dele, ele clicou em cima e gravou o áudio. Nada mais além disso. Qualquer outra interpretação é forçação de barra.”.

Horas antes dessas afirmações, à jornalistas, Bolsonaro afirmou que “pegou” a gravação antes “dela ser adulterada”. “Pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de anos. A voz não é a minha, não é do ‘seu Jair’. Eu desconfio que o porteiro leu sem assinar ou induziram ele a assinar aquilo. Agora, quem está por trás disso?

Jair Bolsonaro não deixou claro por quem ou por qual motivo o conteúdo haveria de ser adulterado. Ele também não esclareceu em quando, ou por intermédio de quem ele teve acesso às gravações do condomínio.

Carlos Bolsonaro é vereador no Rio de janeiro desde os 17 anos, e é o filho nº2 e considerado “escudeiro e conselheiro de confiança do pai”

Na última quarta-feira (30), o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, mostrou gravações da portaria do condomínio, afirmando que não havia registros de ligações do porteiro para seu pai.

Gravações de carlos Bolsonaro sobre o ocorrido

As declarações de Jair Bolsonaro aconteceram na manhã de sábado (02/11/2019) e provocou reação de políticos de oposição, alguns já começam a falar em pedir o impeachment do presidente. AOs opositores falam em pedir uma nova perícia nos áudios registrados na portaria no dia em que ocorreram as execuções da vereadora Marielle e Anderson seu motorista.

Investigações apontam que o carro que conduziu os suspeitos de terem executado a vereadora e seu motorista partiu horas antes do crime do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O mesmo condomínio onde reside a família Bolsonaro e também a de um dos acusados de efetuar os disparos.

A entrada de um dos suspeitos, de acordo com depoimento prestado por um porteiro no inquérito que corre em segredo teria apontado o “Sr. Jair” como morador da casa 58 quee que ele teria autorizado a entrada de um dos acusados, também envovidos na execução.

Bolsonaro estreando sua nova aquisição uma motocicleta

Ainda no sábado, Jair Bolsonaro afirmou ter convicção de que foi o governador fluminense Wilson Witzel, quem colocou seu nome no centro da investigação. “(Witzel) Não podia ter acesso a um processo em segredo de Justiça. Mais do que isso, né? A minha convicção é de que ele agiu no processo para botar meu nome lá dentro“, afirmou o presidente, que foi a uma concessionária da Honda buscar uma moto que adquiriu.

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