A Assembléia Geral da ONU mais uma vez condenou o embargo de quase 60 anos impostos pelos EUA a Cuba nesta quinta-feira pelo 28º ano consecutivo, pedindo o seu fim com uma votação de 187 a três.
Somente Israel e Brasil votaram com os EUA contra a resolução. Dois outros aliados dos EUA – Ucrânia e Colômbia – se abstiveram.
Imposto pela primeira vez em 19 de outubro de 1960, em resposta à nacionalização de refinarias de petróleo de propriedade dos Estados Unidos e prorrogado em 1962, o embargo é um legado duradouro das hostilidades da Guerra Fria entre os dois países.
Foi denunciado como “anacrônico” e “desumano” durante dois dias de debate pela Assembléia Geral.
Em 2016, os EUA se abstiveram pela primeira vez na votação anual da ONU em meio a uma reaproximação histórica dos EUA com Cuba sob no governo do ex-presidente Barack Obama.
Mas as relações diplomáticas entre os dois países voltaram a estaca zero desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, afirmou que houve “existe hoje, escalada de agressão a Cuba” sob Trump, cujo governo, segundo ele, “não esconde sua intenção de asfixiar economicamente Cuba e aumentar os danos, a escassez e o sofrimento de seu povo”.
Havana afirma que o embargo causou US $ 138 bilhões em danos à economia da ilha, em dólares de hoje.
O embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Kelly Craft, culpou o regime cubano, acusando-o de abusos contra seu próprio povo e de semear instabilidade regional.
O Brasil, agora sob o governo de Jair Bolsonaro, votou pela primeira vez votou à favor da manutenção do embargo, em concordância com Isarael e os Estados Unidos. No ano passado, apenas Israel se uniu aos EUA votando contra a resolução.
A discrepante diferença de votos demonstra a insatisfação dos demais países com a situação em que Cuba se encontra, por imposição arbitrária dos EUA, sem levar em conta a qualidade de vida da população, em decorrência desses embargos.