Na tarde desta terça-feira(12) o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales desembarcou no México, país que lhe concedeu asilo político, após graves turbulências e ameaças a vida e integridade física de Morales. O chanceler mexicano Marcelo Ebrard, julgou que Evo Morales corria risco de morte caso permanecesse em solo Boliviano.
Por Jornal Clarin Brasil – 12/11/2019 – 15:44
Ao desembarcar, Morales agradeceu ao governo do país que o recebeu, dizendo; “O governo mexicano salvou minha vida”.
Junto a Evo Morales, desembarcou também o ex-vice-presidente Álvaro García Linera, que também renunciou.
Em um breve discurso Morales disse; “Graças ao México, a suas autoridades, mas também quero dizer que, enquanto eu tiver vida, continuei na política; enquanto eu estiver no trem da vida, a luta continua. E temos certeza de que os povos têm todo o direito de libertar-se” afirmou.
Morales também afirmou que seu erro é ser um indígena e ter implementado programas que promovam equilíbrios sociais.
“Só haverá paz quando houver justiça social” – Afirmou Morales.
Ao renunciar o ex-presidente trouxe a tona um turbilhão de dúvidas quanto a idoneidade das eleições. Os primeiros resultados parciais da eleição presidencial apontavam a possível necessidade de realização de segundo turno. Mais de 20 horas após, a retomada da apuração mostrou uma mudança muito drástica, com a probabilidade de Morales vencer já em primeiro turno.
A repentina mudanças nos números levantou suspeitas de fraude entre a oposição e também dos observadores internacionais. O governo boliviano solicitou à Organização dos Estados Americanos (OEA) que realizasse uma auditoria das eleições na Bolívia, mas o relatório apontou “graves irregularidades” no processo eleitoral.
No domingo (10), após a divulgação do relatório, Morales anunciou novas eleições. Sem conseguir com isso, aplacar a fúria da oposição e das milícias organizadas por líderes regionais, durante o dia, ele enfrentou uma avalanche de renúncias de altos integrantes do governo, e por fim, ele próprio acabou por também renunciar, após pressão de militares e forças policiais.