Theo Van Der Loo, embora tenha nome holandês, é sim nascido no Brasil, seus pais eram holandeses, que para o Brasil imigraram no pós guerra e aqui se fixaram, onde criaram família e laços
Por Nilson Apollo Belmiro Santos – Jornal Clarin Brasil 08/12/2019 15h30min
Theo Van der Loo ficou muito conhecido pela público em geral através de uma postagem “viral” que fora compartilhada por milhares de brasileiros, onde o mesmo denunciava a discriminação sofrida por um candidato negro à uma vaga de emprego como executivo em uma grande corporação. A atipicidade se deu pelo fato de um branco estar se posicionando, e era um branco de nome gringo, e mais, ele, embora não conhecido pelo grande público, era mais, ninguém menos do que o presidente da Bayer no Brasil, ou seja, ele tinha tudo para permanecer calado, e continuar em seu mundo particular, alheio as questões que se discutem no mundo exterior, distante de seu mundo.
À partir desse evento, muitos olhos se voltaram para Theo, e é possível imaginar que as buscas no “google” alcançaram os seis dígitos, afinal de contas; “Quem é esse tal de Theo Van Der Loo?”
Theo Van Der Loo, embora tenha nome holandês, é sim nascido no Brasil, seus pais eram holandeses, que para o Brasil imigraram no pós guerra e aqui se fixaram, onde criaram família e laços.
Mas o que fez desse homem um ser-humano diferenciado dos demais que o cercavam, já que é muitíssimo raro encontrar um CEO de qualquer empresa que não seja, ou esteja totalmente emergido em números, metas e responsabilidades quase que unica e exclusivamente com o desempenho das corporações por eles dirigidas?
Pasmem, Theo é filho de um homem que em pleno século XX fora escravizado durante a segunda guerra mundial, e na condição de escravo na Indonésia, permaneceu por três anos de sua vida, prisioneiro dos japoneses que integravam o Eixo, junto à Alemanha e Itália. Enquanto seu pai permanecia cativo na Indonésia, a cidade onde sua mãe vivia na Holanda, Roterdã, encontrava-se sob escombros, destruídas pelos intensos bombardeios dos inimigos.
Obviamente, essas experiências, quando superadas, fazem com que os envolvidos desenvolvam um olhar diferenciado do mundo que o cerca, a empatia e colaboração se torna prática de sobrevivência e harmonia entre os iguais ou “diferentes”, e foi isso que o jovem Theo também herdou de seus pais, empatia e solidariedade como “modus vivendis”.
Hoje, mais uma vez, vemos o nome e figura de Theo em destaque na mídia nacional, ele acaba de anunciar, através do Estadão, que, com muita propriedade, após a aprovação unânime pela ANVISA da regulamentação do registro e vendas de medicamentos à base da Cannabis Sativa no Brasil, será um dos investidores pioneiros nesse gigantesco e promissor mercado que surge, tardiamente, mas ainda à tempo de ser explorado por brasileiros.
É de se esperar que o empreendimento de Theo logre êxito, pois já começa contando com a experiência deste executivo, que esteve a frente de uma gigante do segmento farmacêutico, a Bayer, e líder em diversos países do mundo, quando o assunto é remédios.
Pairava no ar um certo temor por parte de entendidos no assunto, quando impávidos assistiam os demais países já em avançadas pesquisas e eminentes aquisições de patentes, enquanto letárgicamente debatíamos e debatemos preconceitos e estigmas em torno de uma planta, cujo princípio ativo, o tetrahidrocanabidiol (THC) é um dos mais poderosos do mundo, e sua eficácia comprovada em diversos casos clínicos, tipo: Câncer, Esclerose Múltipla, Glaucoma, Síndrome do pânico, Autismo, além de servir como tratamento ou alívio de inúmeros outros sintomas.
A empresa, vem firmando parcerias com outros laboratórios nacionais no intuito de promover lançamentos de novos produtos no país, e a julgar pelo potencial climático, territorial e expertise agrícola, as empresas brasileiras caminharão rumo a uma certa liderança mundial na produção, comercialização e avanços nessa área.
Segundo o executivo já foram investidos algo em torno de US$ 6 milhões no empreendimento, e o novo grupo, conta com uma importadora além de um laboratório de centro de qualidade na cidade de Valinhos, no interior de São Paulo. À princípio, a importação da planta vem de países, como Colômbia e Uruguai, já que por enquanto, a produção agrícola ainda não fora liberada no Brasil, o que sabemos se tratar de curto espaço de tempo, até que o despertar seja pleno, em face as benesses advindas do produto.
Países que já liberaram as pesquisas e encontram-se até então à frente do Brasil na busca de resultados: Alemanha, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Croácia, Chipre, Eslovênia,Estados Unidos (com excessão de 03 estados), Grécia, Holanda, Israel, Itália, Jamaica, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia do Norte, Noruega, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Suíça e Tailândia
Van der Loo conhece a burocracia e entraves que terá que transpassar, mas não descarta a possibilidade de uma breve mudança de cenário no que tange ao plantio no Brasil, mesmo que tenha de entrar na Justiça para isso. O pioneiro já é sócio de outros investidores no Uruguai, em uma empresa que já faz o cultivo da cannabis para fins medicinais. A empresa NatuScience, fundada por Van der Loo, adianta que também vai entrar com pedido na Anvisa para fazer ensaios clínicos para novos tratamentos no Brasil.
Enfim, uma boa notícia e garantia de excelência nesse mercado, de cujo qual o Brasil não podia ficar de fora, ou sequer sair como retardatário, ou mero expectador, ou apenas consumidor.