Por Jornal Clarín Brasil 03/01/2020 às 19h28min
Fontes do Departamento de Defesa, citados pela Associated Press sob condição de anonimato, referiram que os efetivos pertencem à 82.ª Divisão de Paraquedistas de Fort Bragg, no Estado da Carolina do Norte.
Aqueles efetivos somam-se aos cerca de 700 soldados da 82.ª Divisão que foram enviados para o Kuwait no início desta semana após a invasão do complexo da embaixada dos EUA em Bagdá por milicianos apoiados pelo Irã .
O reforço da presença militar norte-americana começou a tomar forma após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter feito os primeiros comentários sobre a ataque ao declarar que ordenou a morte do general iraniano Qassem Soleimani porque este “planejava matar muitos americanos”.
“O general Qassem Soleimani matou ou feriu gravemente milhares de americanos durante um longo período de tempo e planejava matar muitos mais… mas foi apanhado! Ele foi direta e indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas”, escreveu Trump na sua conta da rede social Twitter.
“Ele já deveria ter sido abatido há muitos anos!”, concluiu Trump.
Qassem Soleimani morreu ontem em um ataque aéreo contra o carro em que seguia em Bagdá que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.
No mesmo ataque morreu também o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis pessoas.
O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido e China – alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes envolvidas que reduzam a tensão.
No Irã, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e “outras nações livres da região” vão vingar-se dos Estados Unidos.
Também o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como “um ato de terrorismo internacional”.
Do lado iraquiano, o primeiro-ministro iraquiano demissionário, Adel Abdel Mahdi, advertiu que este assassínio vai “desencadear uma guerra devastadora no Iraque” e o grande aiatolá Ali al-Sistani, figura principal da política iraquiana, considerou o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani “um ataque injustificado” e “uma violação flagrante à soberania iraquiana”