Solicitado a sair por desrespeito à soberania iraquiana, EUA decide por maior desrespeito e diz que não vai sair.
Por Jornal Clarín Brasil – 10 de Janeiro de 2020 às 19h12min
O primeiro-ministro iraquiano solicitou nesta sexta-feira(10) aos Estados Unidos para enviarem responsáveis ao Iraque para prepararem a saída das tropas americanas alocadas no país, depois de o Parlamento ter votado uma resolução para a retirada destes militares, e de o Presidente americano, Donald Trump, ter ameaçado o Iraque com sanções caso expulsasse suas tropas do território iraquiano. Os EUA não se referiram diretamente a este pedido – mas garantiram que não vão retirar os militares.
O primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdul Mahdi, divulgou um comunicado mencionando uma conversa com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em que lhe pediu para começar a preparar a retirada dos militares, que são atualmente 5000 mil soldados, e que estão no país a convite do governo iraquiano e com a missão de lutar contra o Daesh (após o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani pelo EUA.
O Departamento de Estado dos EUA emitiu uma declaração em que não se referia ao pedido iraquiano, mas dizia que não retirará tropas, porque estas são necessárias para a luta contra o Daesh e para proteger americanos, iraquianos e parceiros de coligação (uma série de países retiraram temporariamente as suas tropas envolvidas na luta contra o Daesh do Iraque, temendo poder ser alvo de retaliação de milícias apoiadas pelo Irã na retaliação pela morte de Soleimani).
“Nesta altura, qualquer delegação enviada para o Iraque seria dedicada a discutir como reforçar a nossa parceria estratégica – não para discutir retirada de tropas, mas a nossa postura certa e apropriada no Oriente Médio”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus.
O Iraque argumenta que os EUA ultrapassaram a missão de lutar contra o Daesh. O ataque que matou Soleimani e o comandante de uma milícia iraquiana xiita – reforçando ainda mais o laço entre a milícia xiita e a República Islâmica – levou o Iraque a queixar-se de “uma enorme quebra na soberania” e uma “quebra evidente nos termos da presença das forças americanas”, além de fazer do território iraquiano um provável palco de guerras entre os dois países.