Por Jornal Clarín Brasil 14/01/2020
O general do Exército Nacional da Líbia (ENL), Jalifa Haftar, decidiu não assinar o acordo para acabar com as hostilidades com o Governo de Conciliação Nacional (GCN), que foi discutido em Moscou, na Rússia.
Após as negociações, realizadas na segunda-feira por mais de oito horas no Centro de Protocolo do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Haftar decidiu não assinar a trégua porque “o projeto de acordo ignorava várias das demandas do ELN”.
Por isso, ele insistiu na entrada de suas forças em Trípoli para a formação de um governo de unidade nacional, informou a Prensa Latina.
Na opinião do general Haftar, o novo executivo líbio deveria ter um voto de confiança do Parlamento sentado na cidade de Tobruk, enquanto a cessação das hostilidades deveria ter um monitoramento internacional, do qual a Turquia seria completamente isenta.
Além disso, o chefe da ENL exigiu a saída do país do norte da África do que ele chamou de “mercenários da Síria e da Turquia”, cujo parlamento aprovou o envio de tropas regulares de apoio ao governo de conciliação nacional pelo primeiro-ministro Fayez-al Sarraj e reconhecido pela Organização das Nações Unidas.
Mas o pano de fundo dessa relutância em assinar o acordo do general Haftar deve – segundo a mídia russa – que o chefe da ENL receba apoio dos Estados Unidos em sua ofensiva para assumir o controle de Trípoli, lançado em abril passado. Alguns dias atrás, suas tropas assumiram o controle da cidade portuária de Sirte, onde nasceu o líder líbio Mohamar Ghadafi.
No dia anterior, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, anunciou que Sarraj e o chefe do Conselho Supremo da Líbia, Hallad al-Mishri, assinaram o acordo, mas Haftar pediu tempo até quarta-feira para assinar o documento.
Durante uma conferência de imprensa conjunta com seu colega turco, o ministro das Relações Exteriores Mavlut Cavusoglu, Sergey Lavrov disse que houve algum progresso nas negociações, conduzidas com a mediação dos ministros da Defesa e Relações Exteriores da Rússia e da Turquia.