A ONU alega abrir uma investigação após a revelação de ‘The Guardian’ de que um WhatsApp do príncipe saudita Mohammed bin Salman infectou o celular do proprietário da Amazon e do ‘The Washington Post’.
Por Jornal Clarín Brasil – Internacional em 22/01/2020 às 18h01min
Autoridades da ONU alegaram que as investigações são investigadas de que o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman está envolvido nos ataques ao fundador e CEO da Amazon, Jeff Bezos.
O aparelho do empresário, também proprietário do The Washington Post , foi invadido em meados de 2018 após receber uma mensagem via WhatsApp enviada de uma conta vinculada ao príncipe saudita, conforme o jornal Guardian informou na noite de terça-feira .
Suspeita-se que essa mensagem contenha um vírus oculto em um arquivo de vídeo que conseguiu quebrar a segurança do aparelho do empresário, de acordo com uma análise forense digital. Ambos haviam trocado mensagens amigáveis por meio desse aplicativo antes de 1 de maio de 2018, o magnata recebeu o arquivo malicioso, de acordo com fontes citadas pelo jornal britânico.
“As informações que recebemos sugerem o possível envolvimento do príncipe herdeiro na vigilância de Bezos, na tentativa de influenciar, senão silenciar, a cobertura do Washington Post com relação à Arábia Saudita”, disse Agnès Callamard em comunicado: Relator Especial da ONU para execuções extrajudiciais, e David Kaye, Relator Especial para a liberdade de expressão.
O relatório mencionado acima, elaborado pela empresa FTI Consulting em nome de Bezos, revela que grandes quantidades de dados começaram a sair do telefone de Bezos aproximadamente um mês depois que ele recebeu a mensagem do príncipe saudita. Não se sabe que tipo de informação foi roubada ou como foi usada.
Deve-se lembrar que em janeiro do ano passado, o sensacionalista tablóide americano The National Enquirer revelou um caso extraconjugal de Bezos com a ex-apresentadora da Fox Lauren Sánchez. As informações foram baseadas em mensagens de texto íntimas enviadas pelo empresário a Sánchez. A revelação terminou com o divórcio do casamento de Bezos, o mais cara do história.
Em um artigo posterior, o homem mais rico do mundo acusou o editor-chefe, David J. Pecker, de chantageá-lo e expôs os laços que ligam Pecker ao reino saudita e ao presidente dos EUA, Donald Trump, de quem ele é muito amigo.
A mensagem veio alguns meses depois que o Washington Post publicou a suspeita da CIA de que Bin Salman ordenou o assassinato do colunista saudita Jamal Khashoggi, um colaborador regular do jornal americano e um dos flagelos do regime. O jornalista foi executado em 2 de outubro no consulado saudita em Istambul, onde foi realizar procedimentos relacionados ao seu futuro casamento.
Em Riad, por outro lado, eles negaram qualquer envolvimento do príncipe em hackers e classificaram as acusações de “absurdas” e “estúpidas”. “A idéia de que o príncipe herdeiro tenha invadido o telefone de Jeff Bezos é absolutamente estúpida”, disse o príncipe Faisal Bin Farhan al Saud, chefe da diplomacia saudita, durante entrevista à Reuters no Fórum Econômico e Mundial de Davos (Suíça)