“O músico perguntou se a alfândega dos EUA teria desmontado um violino Stradivarius”
Por Jornal Clarín Brasil/JCB – 06/02/2020 às 20h58min
O músico Mali Ballake Sissoko alega que seu instrumento musical, o Kora (harpa africana), foi quebrado durante uma inspeção na alfândega dos EUA.
Sissoko é famoso mundialmente por sua maestria executando o tradicional instrumento musical da África Ocidental.
Ele diz que quando retornou a Paris em 4 de fevereiro após uma turnê nos EUA, ele abriu a caixa do instrumento e o encontrou em pedaços.
Dentro do estojo, havia um folheto da alfândega dos EUA alegando que eles haviam aberto o estojo para inspeção.
No entanto, não está claro quando exatamente o instrumento foi quebrado.
As autoridades alfandegárias dos EUA ainda não responderam ao pedido de comentário da BBC, que após contato com o músico buscou informações, porém, sem sucesso.
Instrumento insubstituível
Sissoko se apresentou em concertos ao redor do mundo, incluindo no BBC Proms em Londres.
Imagens postadas em sua página no Facebook mostram o instrumento musical em pedaços. Uma declaração na página afirma que o pescoço do kora foi removido.
“As cordas, ponte e sistema de som inteiro, delicado e complexo de amplificação foram desmontados.
“Mesmo que todos os componentes desmontados estivessem intactos, leva semanas para que um kora desse calibre possa retornar ao seu estado original de ressonância. Esses tipos de koras personalizados são simplesmente impossíveis de substituir”, diz Sissoko.
"Niandou" par Ballaké Sissoko & Vincent Segal ♪♫
— France Inter (@franceinter) October 14, 2016
Retrouvez-les au @NOFORMATrecords ► https://t.co/8dxA3lFhlU #LaRecreation @VinceJosse pic.twitter.com/L9hX8inxRR
“No Mali, os jihadistas islâmicos ameaçam destruir instrumentos musicais, cortar a língua dos cantores e silenciar a grande herança musical do Mali. E, no entanto, ironicamente, são os costumes dos EUA que conseguiram, à sua maneira, fazer isso”, afirma o músico.
Sissoko alega que ele fez o check-in do instrumento transportado em um case no aeroporto de Nova York e só voltou a o inspecionar quando chegou ao seu apartamento em Paris.
No bilhete deixado pela Transportation Security Authority (TSA) dentro do estojo dizia que um agente de segurança inspecionou o case e pediu desculpas por qualquer inconveniente que pudesse haver causado.
Conteúdo da BBC