As partes concordam em apresentar um rascunho de acordo às suas respectivas lideranças, e as negociações serão retomadas no próximo mês, diz a ONU
Por Jornal Clarín Brasil/JCB – 24/02/2020 às 11h01min
A segunda rodada de negociações patrocinadas pela ONU sobre a Líbia entre os lados em guerra terminou em Genebra na segunda-feira.
“As duas partes concordaram em apresentar o projeto de acordo às suas respectivas lideranças para consultas adicionais e se reunir novamente no próximo mês para retomar as discussões”, disse a Missão de Apoio à ONU da Líbia (UNSMIL) em comunicado.
As negociações da Comissão Militar Conjunta da Líbia (JMC) estavam no formato 5 + 5 com cinco representantes do Governo da Unidade Nacional (GNA), reconhecido pela ONU, e cinco das forças leais ao senhor da guerra Khalifa Haftar.
As conversações ocorreram na presença de Ghassan Salame, representante especial da ONU e chefe da UNSMIL.
“O JMC é uma das três faixas nas quais a UNSMIL está trabalhando, além das faixas econômicas e políticas, em conformidade com a Resolução 2510 (2020) do Conselho de Segurança das Nações Unidas e que pede às duas partes que cheguem a um acordo duradouro de cessar-fogo. “, Dizia o comunicado.
Também reiterou o pedido de estrita conformidade com o contrato existente e a proteção de civis e instalações civis de infraestrutura.
Após um ataque ao porto de Trípoli em 18 de fevereiro, o GNA disse que estava se retirando das negociações do JMC em Genebra, organizadas pela ONU, até que uma posição determinada fosse tomada contra as violações das forças de Haftar.
A comissão disse que o porto é de vital importância para as pessoas receberem itens como alimentos e remédios, acusando as forças de Haftar de cometer crimes de guerra.
Desde a deposição do falecido governante Muammar Kadafi em 2011, dois lugares de poder surgiram na Líbia: Haftar, no leste da Líbia, apoiado principalmente pelo Egito e Emirados Árabes Unidos, e GNA em Trípoli, que desfruta do reconhecimento internacional e da ONU.
O governo legítimo da Líbia está sendo atacado pelas forças de Haftar desde abril passado, e mais de 1.000 pessoas foram mortas na violência.