A famosa atriz franco/senegalêsa dirigiu sua crítica a falta de inclusão e exigindo ” mais visibilidade de artistas, diretores” e atores dos departamentos e territórios ultramarinos franceses e da imigração no cinema francês ”
Por Jornal Clarín Brasil/JCB – 29/02/2020 às 13h04min
O riso foi hesitante, os silêncios às vezes embaraçosos. Chegando para premiar o prêmio de Melhor Esperança Feminina na 45ª cerimônia do Césars, na última sexta (28) na França. Aïssa Maïga aproveitou a oportunidade para denunciar à sua maneira a falta de diversidade no cinema francês.
“Sempre que me encontro em uma grande reunião da profissionais, não posso deixar de notar, é mais forte que eu, contar o número de negros na sala”, disse a atriz, anunciando imediatamente a cor. Depois, falar para os convidados da sala Pleyel, com uma ironia mal escondida: “Somos uma família,e em família dizemos tudo, certo?”.
“On est une famille, on se dit tout non ?” : @AissaMaiga, présidente des collectifs 50/50 et Noire n’est pas mon métier.
— CANAL+ (@canalplus) February 28, 2020
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Um discurso contundente que não deixou ninguém indiferente, enquanto a atriz e outras personalidades do cinema assinaram uma coluna no Le Parisien denunciando a falta de inclusão e exigindo ” mais visibilidade de artistas, diretores” e atores dos departamentos e territórios ultramarinos franceses e da imigração no cinema francês ”.
Quem é Aïssa Maïga?
A atriz franco/senegales Aïssa Maïga nasceu em Dakar, Senegal, em 1975, de pai maliano e mãe senegalesa. Seus pais deixam a África para se estabelecer na França quando ela tinha apenas quatro de idade. Uma noite, enquanto ela assiste “O importante é amar”, com Romy Schneider, Aïssa toma uma decisão: ela queria ser atriz.
Após conchuir estudos iniciais, ela se matriculou na faculdade, onde iria fazer aulas de teatro. Foram necessárias participações em pequenos peças e participações em musicais para que Aïssa Maïga conseguir, em 1996, um papel em “Saraka Bô”, ao lado de Richard Bohringer e Yvan Attal.
Por alguns anos, Aïssa Maïga apareceu regularmente na TV em séries policiais. Onde graças ao seu talento e charme, através dos quais, o diretor Denis Dercourt oferece a ela, duas vezes, um papel em seus filmes “Lise e André” em 2001 e “Meus filhos não são como os outros” em 2003. Entre os filmes dois filhos, a atriz dá à luz seu primeiro filho.
Aïssa Maïga será conhecida pelo grande público em 2004, graças à sua aparição em “Les Poupées Russes”, a segunda parte de “L’Auberge Espagnole”, onde ela atua com o ator Romain Duris.
No mesmo ano, o público pôde vê-la no filme de Claude Berri “Um permanece a outra parte”. Em 2005, ela apareceu em “Caché”, de Michael Haneke, “Paris Je t’aime” e “Je vais bien, ne t’en pas en fait”.
Em 2006, Aïssa Maïga estrelou o filme “Bamako” de Abderrahmane Sissako, o de uma cantora de um bar, que lhe rendeu o prêmio do César ( uma espécie de oscar francês) como melhor interprete feminina. No mesmo ano, ela encontrou Romain Duris durante as filmagens de “L’Age d’homme … now or never”. Em 2008, Aïssa Maïga prova que é uma artista completa: com “Il faut Quit Bamako”, um longa-metragem que ela escreveu, dirigiu e no qual interpreta.
Posteriormente, ela apareceu em filmes de vários gêneros: estrelou com Claude Berri no filme de detetive “Les Insoumis” e na comédia dramática italiana “Blanco e Negro”, nunca vista na França, antes de desempenhar um papel, na adorável comédia de Léa Fazer, “Ensemble c’est trop”, cujos papéis principais são nada menos que Nathalie Baye e Pierre Arditi.
A bela não esquece o teatro e sobe aos palcos em 2011, com uma a adaptação do livro de Marie N’Diaye, “Ótimas pessoas”.
Em 2012, ela voltou ao cinema sob a direção de Alain Chabat “Na trilha do Marsupilami” e estrelou o filme franco-senegalês “Today” antes de encontrar Romain Duris no tão aguardado ” L’Éume des jours ” de Michel Gondry, lançado na primavera de 2013.
Nesse mesmo ano, ela recebeu o prêmio de interpretação feminina do Festival de Cinema de Televisão Luchon por seu papel em “Verão Mortal”
Confira a obra Bem vindo a Marly Gomont
Em 2016 ela desponta internacionalmente com o engraçado e marcante “Bien Venue a Marly Gomont“, quando se tornou amplamente conhecida no Brasil.