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PERSEGUIÇÃO, HUMILHAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO CONTRA ASIÁTICOS NA ROMÊNIA

Asiáticos estão sendo afugentados, recebem cuspes e xingamentos de “Corona! Corona! no país do Leste europeu

Por Jornal Clarín Brasil/JCB 07/03/2020 às 10h58min

Os asiáticos na Romênia estão em casas por medo de violência por parte da população , não por medo do coronavírus. “Estamos recebendo cuspidas, e as pessoas correm atrás de nós gritando: ” Corona! Corona!

Centenas de asiáticos não estão mais saindo de casa por medo de discriminação.

Cerca de mil filipinos trabalham legalmente na Romênia , a maioria em trabalhos domésticoa, ou de babáa, e até eles estão tendo problemas.

Ann Tomasa, presidente da comunidade filipina na Romênia, soa um alarme sobre o comportamento dos romenos em relação aos asiáticos: “Trabalhamos aqui há anos. Nós não somos transmissores de vírus! ”, diz ela, que vive há 11 anos na Romênia e trabalha como babá para uma família na capital Bucareste.

Eles estão nos perseguindo nas ruas e nos agredindo verbalmente”.

Ela diz que um passeio ao shopping em um dia livre se tornou um pesadelo, e que não imaginava que o medo da disseminação do coronavírus levasse a essas reações. “Aconteceu de gritarem comigo mesmo:” As pessoas me veem e gritam corona! Corona!”. Não importa para eles se sou filipina, para eles sou simplesmente asiatica e é isso ”, diz ela. Também aconteceu comigo uma situação de discriminação com motorista do Uber. Em um pedido que um dos meus chefes havia feito, chamei um veiculo, quando cheguei no carro, o condutor não quis me levar, ele disse que eu era chinesa. Olhava para mim e repetia: “Chinês, chinês!”

Nem quero pensar no que acontece com os chineses hoje em dia.

Ann Tomasa, filipina que vive na Romênia, trabalha como babá e atua como presidente da Comunidade Filipina no país – Imagem Reprodução

Normalmente, as convocações públicas que faço são relacionadas aos eventos organizados nos feriados, para reunir a comunidade filipina. Agora as pautas giram em torno de ensinar a eles como reagir se forem atacados na rua. Ela orienta para que se algo assim acontecer com eles, que fiquem calmos, tentarem sair de perto dos agressores. Porque em casos de bullying, se a vítima responder, a situação pode piorar. Além disso, o bullying é feito por grupos, ninguém atacará se estiver sozinho, mas em grupo tem mais coragem.

Ann Tomasa aconselha filipinos: “Evitem grupos revoltosos o máximo possível e procure apoio da polícia ou a outras agências policiais. Mas, em geral, mantenha-se afastado de pessoas que possam machucá-los. Seja ainda mais cuidadoso! Esteja sempre acompanhado com um amigo, não ande de ônibus ou metrô sozinho! ”, Orienta Ann Tomasa.

“Gostaria que as pessoas não nos colocassem no mesmo pacote, que tivessem, no mínimo noção de que país viemos” Muitos outros filipinos, de todo o país, estiveram envolvidos em reações agressivas nas ruas nas últimas duas semanas. Muitos decidiram nem sair para o trabalho, por causa do medo. “Estamos com muito medo dessa forma de bullying. Receio que alguns de nós sejam atingidos porque estão com muita raiva de nós. Este caso edos proveniente da China, um país vizinho ao nosso. Mas a culpa não é nossa!

A população romena anda assustada e desinformada quanto ao cidadãos filipinos residentes no país – Imagem Reprodução

Na Europa, a maioria dos casos se espalharam à partir da Itália ou dos italianos, e não por nós. Os italianos também estão uma má imagem, porque são acusados de espalharem o vírus no continente.

Estamos com muito medo de que a violencia aconteça. Na semana passada, um asiático foi covardemente espancado e todo mundo está com medo agora. Eu nem saio mais de casa ”, diz ela.

mensagem da comunidade filipina da Romênia para aqueles que os atacam nas ruas

“Queremos dizer aos romenos que não somos o vírus. Trabalhamos aqui, não viajamos para lugar nenhum, trabalhamos aqui há anos. Os chineses mesmo já não saem mais, por medo das ruas, então, quando vêem qualquer asiático, ficam violentos. Eu gostaria que as pessoas não nos confundissem, que percebessem de que país viemos. Nós viemos das Filipinas. Se tivéssemos um vírus, não sairíamos, nos colocaríamos em quarentena em casa ”, diz Ann.

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