Por Lin Quintino Academia Mineira de Belas Artes
Relendo a Semana de Arte de 22
Se voltarmos ao ano de 1922, vamos nos deparar com a movimentação que estava ocorrendo nas artes em decorrência das insatisfações dos intelectuais da época, pois, cansados das cópias estrangeiras, queriam uma cara nova para a cultura brasileira, queriam dar um colorido às letras e às artes.
Assim, nasceu à Semana de 22 que seria voltada às amostras locais, e foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922.
O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras – pintura e escultura – e palestras. Propunha uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora com a cara brasileira.
O objetivo desses artistas era chocar o público e trazer à tona outras maneiras de sentir, ver e fruir a arte, desatrelada do academicismo, tradicionalismo e estruturalismo que norteava às artes.
Cito, dentre eles, Mário de Andrade, uma das figuras centrais e principal articulador da Semana de Arte Moderna de 22, que, ao lado de outros intelectuais, muito contribuíram para esse acontecimento.
Mas, nem todos os intelectuais estavam de acordo com essa nova proposta, e as críticas foram ferrenhas.
Desconfortáveis com tais apresentações, e não conseguindo compreender a nova proposta de arte, os artistas envolvidos chegaram a ser comparados aos doentes mentais e loucos por parte das pessoas.
Com toda essa aversão do público e de alguns artistas ao movimento percebeu-se que a sociedade não estava, ainda, preparada para tais mudanças e o novo modelo, nas artes, proposto e a recepção foi desastrosa.
Mas, foi graças a esses “loucos” que hoje temos à liberdade de realizar nossos escritos sem estarmos atados ao acadêmico, formal e estruturado das artes que nos engessaram.
Parabéns, a esses “loucos”.
https://escola.britannica.com.br/artigo/Semana-de-Arte-Moderna-de-1922/483556