O presidente, segundo pessoas próximas à Casa Branca, relutava em fazer o teste por temer que isso transmitisse uma imagem de fraqueza e causasse preocupação aos cidadãos norte-americanos.
Por Jornal Clarín Brasil/JCB – Belo Horizonte em 15/03/2020 às 04h03min
WASHINGTON: O presidente norte americano, Donald Trump, por fim, aceitou submeter-se a uma bateria de exames, e os resultados foram negativos para o novo coronavírus, de acordo com o médico pessoal do presidente.
A Casa Branca adiantou-se e divulgou os resultados dos testes neste sábado à noite, depois que Trump disse a repórteres horas antes que ele havia feito o teste de coronavírus, após dias de resistência à triagem, apesar do contato recente com três pessoas da comitiva brasileira que deram positivo para o vírus.
Donald Trump disse a repórteres em um briefing da Casa Branca no sábado que ele estava com a temperatura “totalmente normal”, pouco antes de entrar na sala para discutir os esforços do governo para impedir a propagação do vírus.
Nunca hesitarei em tomar as medidas necessárias para proteger a vida, a saúde e a segurança do povo americano. Eu sempre colocarei o bem-estar da América em primeiro lugar.
Presidente Donald J. Trump
A pandemia do coronavírus já infectou mais de 2.200 pessoas nos EUA e causou pelo menos 50 mortes no país.
Precauções após exposições de risco
O presidente Trump manteve contatos diretos e indiretos com pessoas que tiveram resultados positivos para o vírus, incluindo três pessoas com quem ele passou algum tempo no fim de semana passado em seu clube Mar-a-Lago, na Flórida.
A Embaixada do Brasil em Washington disse na sexta-feira que o encarregado de negócios do país, Nestor Forster, teve um resultado positivo depois de se sentar à mesa de jantar de Donald Trump.
Portanto, também destacou que um assessor do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que tirou uma foto com Trump e participou de uma festa com ele, e ao chegar de volta ao Brasil foi diagnosticado como infectado pelo vírus, e outra pessoa que participou de uma campanha de arrecadação de fundos com o presidente naquele domingo, são informações colhidas com duas autoridades republicanas que falaram sob condição. anonimato para discutir questões particulares de saúde.
Donald Trump, depois de dias insistindo que não estava exibindo sintomas do vírus, cedeu depois de ser pressionado por repórteres por sua resistência aos testes, quando vários legisladores e inúmeros cidadãos de todo o país que tiveram o mesmo grau de exposição tentaram não apenas passar pelo teste, conscientes de suas responsabilidade de evitar de infectar outras pessoas. Situações estas que obrigaram ao próprio presidente a ter que seguir, e dar o exemplo dessa mesma responsabilidade.
O presidente, segundo as mesmas duas pessoas próximas à Casa Branca, estava relutante em fazer o teste por temer que isso demonstrasse fraqueza ou preocupação a nação. Trump queria assumir o controle total durante a crise e expressou preocupações de que medidas pessoais possam prejudicar essa aparência ou postura de líder.
Germofobia
Trump assumiu agora uma postura germafóbica, comportamento típico de quem evita apertos de mão, tal como ele se comportava enquanto conduzia seus negócios imobiliários. Mas ele reconheceu no sábado que agora está tendo dificuldade em resistir a apertar as mãos das pessoas, um hábito que ele diz ter adquirido desde que se tornou político em tempo integral, pois desde então, o que mais fez foi apertar mãos de um e de outros.
Em uma entrevista coletiva na última sexta-feira para anunciar que ele estava declarando uma emergência nacional, Trump apertou as mãos de vários executivos, embora especialistas em políticas de saúde da força-tarefa de coronavírus da Casa Branca tenham instado os americanos a evitarem o contato físico para ajudar a conter a propagação do vírus.
“As pessoas vêm até mim, e estendem a mão”, disse Trump, se justificando. “É uma espécie de reflexo natural, e todos estamos ainda tendo que aprender a lidar com isso. Todos nós temos esse problema.
The @realDonaldTrump administration’s coronavirus response has delivered “innovative solutions…at unprecedented speed.” – Ambassador Deborah Birx pic.twitter.com/fI3TN3nsfv
— Ronna McDaniel (@GOPChairwoman) March 13, 2020
A Casa Branca está intensificando os esforços para tentar manter o vírus sob controle.
Neste sábado, a Casa Branca anunciou que agora está realizando aferições de temperatura em qualquer pessoa que esteja em contato próximo com Trump e o vice-presidente Mike Pence, incluindo repórteres que participaram de uma coletiva da Casa Branca e qualquer pessoa que entre no Salão Oval da presidência.
Memorando do vice-presidente
O vice-presidente, Mike Pence também escreveu um memorando aos funcionários da Casa Branca no sábado, lembrando-os de tomar precauções como evitar contato físico, lavar as mãos com frequência e ficar em casa quando se sentirem doentes.
“É imperativo que cada um de nós façamos a nossa parte para tomar as devidas precauções e consequentemente manter a nós e nossos colegas em segurança”, escreveu Pence. “Como funcionário a bordo do Complexo da Casa Branca, temos um dever adicional de proteger a saúde de nosso Poder Executivo e daqueles que trabalham conosco.”
A Dra. Deborah Birx, que está ajudando a coordenar a resposta dos EUA ao surto, observou que os resultados dos testes refletem um instantâneo no tempo e que é crucial que as pessoas mantenham as precauções.
“Quando você recebe um teste negativo, isso significa que você é negativo naquele dia”, disse Birx. “Isso não significa que você não pode espalhar o vírus da noite para o dia, porque ele se replica no nariz e nas secreções nasais, e você teria um teste positivo amanhã”.