Um dos pratos prediletos de personagem bíblico milenar retorna às mesas de Israel para o mundo
Por Jornal Clarín Brasil JCB – Belo Horizonte 07/08/2020 às 03hs57min
De praga bíblica à proteína moderna, e iguaria gastronômica.
Uma empresa israelense quer fazer dos gafanhotos uma escolha sustentável de alimentos na na Terra Santa e com planos de até exportar essa “novidade”.
WATCH: Locust pancake mix? Israeli food firm offers outlandish options https://t.co/6pRpN4JaDV
— Hargol™ | Delivering Protein (@HargolFoodTech) August 6, 2020
Quanto a saber se os insetos são ou não kosher (alimento puro, conforme tradições alimentares judaicas), a resposta não é tão simples.
Na fazenda da Hargol Foodtech, nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, um recinto retangular que já serviu de galinheiro está cheio de milhares de gafanhotos, uma espécie de gafanhoto que tem uma fase de enxame altamente destrutiva na região.
Contidos em uma série de gaiolas de malha meticulosamente empilhadas e com controle climático, os insetos são servidos com capim durante seu ciclo de vida de três meses, antes de serem resfriados, mortos e cozidos.
O diretor executivo da Hargol, Dror Tamir, disse que cresceu ouvindo histórias de como os gafanhotos destruíram os campos de seus kibutz nos anos 50.
No entanto, os judeus iemenitas da região não viam gafanhotos como pragas que arruínam as culturas, mas como uma fonte comestível de nutrientes, lembrou Tamir.
Quando adulto, Tamir tornou-se um empresário de alimentos e nutrição cada vez mais preocupado com o custo ambiental de fornecer à população crescente do mundo proteína animal suficiente.
Tamir disse que fundou a Hargol – hebraico para gafanhoto – há 6,5 anos, depois de perceber que os insetos eram a solução.
O objetivo da empresa é ser “o primeiro do mundo a cultivar gafanhotos em escala comercial e fornecer ao mundo uma fonte de proteína mais saudável e sustentável”.
Ram Reifen, professor de nutrição humana na Universidade Hebraica, concordou que o planeta está enfrentando crescentes desafios no fornecimento de alimentos.
Com a população da Terra atingindo 10 bilhões em 2050, a criação de animais para alimentar o planeta se tornará cada vez mais insustentável, dados os enormes recursos hídricos e terrestres necessários.
“O medo é que haja escassez de proteínas”, disse Reifen. Tamir disse que gafanhotos não processados consistem em mais de 70% de proteínas e contêm todos os aminoácidos, além de outros nutrientes.
Na fazenda da Hargol Foodtech, nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, um recinto retangular que já serviu de galinheiro está cheio de milhares de gafanhotos, uma espécie de gafanhoto que tem uma fase de enxame altamente destrutiva.
“O que lhes falta é gordura saturada e colesterol”, disse ele. “Eles têm as coisas boas. Eles não têm as coisas ruins.
Segundo sua própria estimativa, cerca de 2,5 bilhões de pessoas – principalmente em países em desenvolvimento – consomem insetos como parte de sua dieta regular.
E os “insetos mais consumidos no mundo são os gafanhotos”, disse Tamir.
Mas, acrescentou, “ao tentar atingir clientes norte-americanos e europeus, é realmente difícil superar o fator ‘eca'”.
Para tornar seu produto mais agradável aos ocidentais, a Hargol transforma gafanhotos em pó, que pode ser misturado em vários alimentos.
Tamir disse que estava prestes a lançar vendas de mix de panquecas aprimoradas por gafanhotos e pós de smoothies em todo o mundo.
Alguns produtos produzidos nas colinas de Golan enfrentam restrições à exportação, incluindo requisitos rígidos de rotulagem, porque a maioria da comunidade internacional não reconhece a soberania israelense na área.
En fim, dizer que é novidade ninguém pode, pois, o cardápio está até na bíblia há séculos, confira lá em Mateus 3:4 e Marcos 1:6
“E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre”.
“E João andava vestido de pelos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre”.
Ou seja, acho que podemos sim experimentar.