Ex-major-general Aloys Ntiwiragabo está escondido no subúrbio de Orleans é procurado para participar atrocidades que aconteceram há 25 anos naquele país africano
Por Jornal Clarín Brasil JCB – Belo Horizonte em 28/08/2020 às 07hs47mins
Ruanda enviou na quinta-feira uma carta à França solicitando a extradição de um dos principais suspeitos do genocídio de 1994 em Ruanda.
Um mandado internacional também foi emitido para a prisão do ex-major-general Aloys Ntiwiragabo.
Em 24 de julho, a polícia francesa abriu uma investigação sobre Ntiwiragabo, 71, por crimes contra a humanidade por seu suposto papel no genocídio de Ruanda contra o grupo étnico tutsi.
Ntiwiragabo é considerado um dos líderes que orquestraram o genocídio. Ele havia sido Chefe da Inteligência Militar e Subchefe do Estado-Maior do Exército até 1993.
Os investigadores rastrearam o ex-chefe da espionagem em meados de julho em sua casa perto de Orleans, cerca de 100 quilômetros a sudoeste de Paris.
Segundo reportagem de meados de agosto do diário francês Mediapart, o general morava na França havia 14 anos, precedido por sua esposa, Catherine Nkuzi, que veio para a França em 1998, recebendo asilo no ano seguinte. Nkuzi vivia com um nome falso de Tibot.
O principal general de Ruanda, Aimable Havugiyaremye, disse que Ruanda estava trabalhando com as forças de segurança francesas responsáveis pelo combate a crimes de guerra e crimes contra a humanidade, de acordo com reportagens da TV France24.
A França já havia retirado um mandado de prisão contra Ntiwiragabo há dois anos, assim como a Interpol e Ruanda. Ntiwiragabo ainda não foi incluído na lista de procurados do Tribunal Criminal Internacional para Ruanda.
Paris tem várias investigações abertas para os atores do genocídio de Ruanda, uma das quais foi recentemente concluída com a prisão em junho de Felicien Kabuga nos arredores de Paris. Kabuga foi condenado como o mentor do genocídio e é conhecido como o financiador do massacre.
Fonte: TV France24