O país segue na contramão dos vizinhos que optam por um efetivo bloqueio para tentarem conter uma segunda onda no continente
Por Jornal Clarín Brasil JCB – Belo Horizonte em 02/11/2020 às 17hs10mins
O governo espanhol descartou bloqueios totais em regiões duramente atingidas pela “segunda onda” de infecções anunciadas na manhã desta segunda-feira, enquanto o Ministério da Saúde relatou um recorde de 55.019 novos pacientes que contraíram o vírus, somente neste último fim de semana.
Spain sets COVID-19 daily case record with over 55,000 new infections: health ministry – Yahoo News https://t.co/LJYq50CVUP
— Spain Newsdaily (@SpainNewsdaily) November 2, 2020
O número de novos casos, que não incluiu dados da região da Catalunha no domingo, mas ainda assim, é o maior pico de três dias até agora, mas apenas um pouco maior do que o do fim de semana anterior, que foi de 52.000 novos acometidos.
O número de internações ativas saltou em mais de 1.000, indo para 19.170, com mais de 15% de todos os leitos hospitalares disponíveis na Espanha agora ocupados por pacientes do COVID-19.
Ainda mais preocupante especificamente nesse cenário espanhol, é que 28% de todas as unidades de terapia intensiva disponíveis no país – inclusive aquelas que podem ser criadas em hospitais improvisados - também estão sendo utilizadas para tratar doenças infecciosas.
Outras 379 pessoas morreram desde a última sexta-feira, 100 a mais do que no fim de semana anterior.
Na segunda-feira, o governo da região das Astúrias, onde alguns hospitais estão lotados com mais pacientes agora do que durante a primeira onda, anunciou medidas mais rígidas., no sentido de diminuir esses gráficos
Temendo a uma catástrofe regional, o líder da região, Adrian Barbon, também pediu ao governo central que lhe desse poderes para fazer cumprir as ordens de permanência integral por pelo menos 15 dias.
O estado de emergência da Espanha não inclui apoio legal para ordens de permanência em casa, e o ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, disse à mídia nesta segunda-feira que o governo não está trabalhando no estabelecimento de uma base legal para confinamentos estritos.
No domingo, o presidente da região de Melilla, onde 75% das UTIs estão sendo utilizadas por pacientes do COVID-19, também temeroso, fez um pedido formal ao gorverno central, onde solicita um bloqueio mais rígido.
A Espanha decretou estado de emergência em 25 de outubro – há pouco mais de uma semana. este decreto permite que os governos imponham toques de recolher já às 22h, fechem empresas e fechem fronteiras em torno de cidades e regiões circunvizinhas.
Illa disse que os governos regionais precisam dar tempo às novas medidas para ver se estão funcionando, enquanto monitoram os gráficos oficiais.
Vários outros países europeus, incluindo França, Irlanda, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Portugal e República Tcheca, anunciaram medidas mais rígidas do que o poder de Madri, que deixou o controle para lidar com a pandemia aos governos regionais.