Muitos motoristas vão desligar os aplicativos como forma de protesto devido aos baixos repasses da plataformas
Por Jornal Clarín Brasil JCB – Belo Horizonte em 14/11/2020 às 11hs54mins
Motoristas de aplicativos de todo o Brasil devem paralisar os trabalhos ao longo de todo o dia neste domingo (15) como forma de protesto. Segundo divulgado pelo coletivo do prestadores de serviço, a categoria reivindica melhores condições de trabalho, assim como tarifas mais justas quanto ao valor do quilômetro rodado e outras taxas.
Os profissionais explicam que alguns motoristas irão desligar os aplicativos já às 00h deste domingo (15), e o protesto só finaliza às 00h01 da segunda-feira(16).
Muitos motoristas vão desligar os aplicativos como forma de protesto devido aos baixos repasses da plataformas. As empresas operadoras estão nos repassando menos do que está no contrato, enquanto estão dando muito desconto para os passageiros, sem reduzirem a porcentagem deles, porém sobrecarregando aos profissionais – Alegam os motoristas.
O motorista “parceiro” é quem arca com os insumos, a gasolina, a troca de óleo, pneus, e todas a demais necessidades do veículo, e ainda terão que pagar pelos descontos que as empresas oferecem.
Segundo alguns motoristas, desde quando as plataformas chegaram no Brasil, e implantaram essa modalidade de serviço, elas só vem diminuído os valores”, reclamam.
Até o momento, não se tem informação de que algum grupo pretenda fechar vias como forma de protesto, já que o objetivo é chamar a atenção dos aplicativos, e não de governantes ou público usuário.
Adesão
Hoje no Brasil, entre condutores de passageiros e entregadores de “FastFood”, as empresas contam com um gigantesco contingente de parceiros, que se aproxima de 1 milhão de prestadores de serviço. A expectativa é de que em média metade desses homens e mulheres participem do protesto, que provavelmente será observado e que mostrará a força dessa nova modalidade, eficaz, porém que, precisa de ajustes e normas mais claras para seu pleno funcionamento. Principalmente quando se trata dos profissionais, quem ainda não tem, quem os defenda, ou sequer os represente em âmbito nacional.
Quem está pagando pelo desconto
Os motoristas exigem uma revisão de taxas para que os trabalhadores não tenham prejuízos, já que o que recebem não chega ao valor ideal. Eles reclamam ainda que o repasse feito pelas empresas é variável, e chega a ser muito menor do que o estabelecido pelo contrato imposto aos motoristas para que possam trabalhar nessess aplicativos.
“O que está no termo de acordo que a gente não assina, pois é imposto a nós, ou eles não liberam para trabalhar; é de que o repasse seria de 75% para nós. Mas a gente não sabe como funciona essa matemática, às vezes o repasse cai para 60% e chega até a 55%”, dizem os profissionais.
Nas últimas semanas, alguns aplicativos por conta própria optaram por oferecer descontos insustentáveis para que os prestadores de serviço arquem, e as rejeições de viagens aumentaram muito, a ponto de passageiros também reclamarem nas redes sociais sobre a dificuldade de encontrarem motoristas disponíveis.