Na antiga Índia, *mulheres, até mesmo pássaros falantes, como os da família dos papagaios, cujas habilidades de fala eram muito exageradas, eram proibidos de ficarem perto das câmaras dos conselhos dos reis
Por Nilson Apollo Belmiro Santos/ Jornal Clarín Brasil JCB – Belo Horizonte em 26/01/2020 às 06hs01mins
“A roda não gira sozinha“
Assim como é impossível governar sem ministros, secretários e conselheiros.
O governante que se preze, deve nomear bons conselheiros, e muitíssimo importante, ouvir seus conselhos – Esse já é um milenar conselho entre a classe governante.
“À frente de qualquer bom governo deve existir um bom conselho, que consista em pessoas de considerável idade, reputação, lealdade e experiência, e muito importante, que sejam cuidadosamente pessoas, homens e mulheres selecionados não somente pelo próprio governante, como também pelos seus mentores.
Na antiguidade, podemos ler nos livros de histórias, todos os reis, desde antes dos tempos bíblicos, tinham lá seus conselheiros fiéis, além de “bobos da corte”, que não servem para serem conselheiros, nem participarem das reuniões de conselhos, nem como ouvinte ou espectador.
O número, desses conselheiros variavam muito, eram de acordo com o tamanho e extensão dos reinos, mas nunca demais, à ponto de criar ainda mais confusão, ou falsa proximidade, eram pessoas que conheciam o comportamento e características do súditos, e que tinham vivências com os anseios de todas as camadas do reino, além de terem a habilidade de calcularem previamente a reação da boa ou má vontade dos súditos, em face a alguma medida a ser aplicada pelo governo.
Esses “amigos” dos antigos reis, não eram como um grupo de conselheiros no sentido moderno da palavra dos dias de hoje, pois, hoje ocupam esses papéis, os publicitários. Esse coletivo de notáveis de outras épocas se resumiam a um grupo consultivo sem funções específicas no governo, pois, seus interesses pessoais não podia entrar no circuito, à ponto de influenciar seus conselhos e tendências. Esses homens, e também em alguns reinos, mulheres, tinham como obrigação e dever, auxiliar aos governantes, mas não governar; todas as fontes e relatos históricos afirmam que os conselheiros tinham o direito de falar livremente e o reis tinha que levar sua opinião em consideração, fossem elas agradáveis ou não, aos ouvidos do rei.
Não podemos negar que esses conselhos e seus membros, muitas vezes exerceram grandes poderes nos círculos de decisões. Ele poderiam conduzir alguns negócios na ausência do rei e, como indicam alguns registros, eles podiam até mesmo tomar algumas decisões de relevância reduzida sem o conhecimento do rei, à saber, eram também por conta e riscos deles próprios, em caso de graves equívocos que viessem a comprometer o bom andamento da governança.
Para manter as decisões em segredo, precauções extraordinárias eram tomadas durante as reuniões entre os reis e seus fiéis conselheiro, obviamente, e como sempre, sempre vão existir os inimigos internos, ou infiltrados, até mesmo os desonrados venais, que em troca de benefício próprio, davam de bandeja informações sigilosas de seus senhores. Nessas esferas de poder, todo e qualquer que assente-se na cadeira de decisões, deve sim conviver com a real e necessária quase paranoia de pensar e saber que; “o inimigo não dorme” – Inteligência e contra inteligência não toscanejam. E qualquer falha ou deslize será reportado aos inimigos, e exploradas ao máximo.
Na antiga Índia, *mulheres, até mesmo pássaros falantes, como os da família dos papagaios, cujas habilidades de fala eram muito exageradas, eram proibidos de ficarem perto das câmaras dos conselhos dos reis.
Artaxerxes, o antigo Rei do Império persa, que era o rei dos reis (Ele reinava sobre diversos outros reinos, e elevava ou destituía reis de impérios cujos quais governos caiam sob seu poder) recomendava que o rei escolhesse os ministros com base em seus méritos pessoais, na era posterior, a maioria dos conselheiros confidenciais, e até mesmo um corpo inteiro de funcionários públicos, passaram a serem herdados. As dinastias confiavam que pais nobres, não somente no fator sanguíneo, ensinavam aos filhos a nobreza comportamental, e a lealdade aos reis aos quais serviam.
Em muitos casos, o poder era exercido por um ministro, que geralmente era o maioral entre os conselheiros, e a ele cabia a parte pesada do governo, enquanto o rei desempenhava apenas algumas funções honorárias. Esse tipo de rei, nesse tipo de situação, eram fracos, e distantes demais do povo e da realidade. Seus governos geralmente não eram fecundos nem duradouros, pois, fraqueza não combina com governar, a história não mente quando consultada. Quantos e quantos relatos temos de irmãos que matam irmãos em nome do poder, ou por não consentirem em verem que a primogenitura não era suficiente para revestir o “mais velho” na continuidade da gloria do reino ou familiar à frentes desses reinos?
Mas deixemos de histórias e voltemos para os dias atuais, e especificamente, no reino chamado Brasil. Temos um governo à frente do país, que não é um feudo, muito menos uma monarquia, mas as engrenagens de governos, tal como na antiguidade, ainda são semelhantes.
Neste contexto, o poder ocupado democraticamente por Jair Bolsonaro, sofre ameaças internas como em qualquer outro governo sofre e sofreu ao longo da história. Bolsonaro desbancou o rei da plebe, Luís Inácio Lula da Silva, que o antecedeu, durante seus oito (08) anos de governo, com uma extensão de mais seis (06), através da rainha Dilma Roussef, retirada do poder por seu sagaz sucessor Michel Temer e seus aliados, que por sua vez, entregou o poder a Jair Bolsonaro, esse, que inteligentemente (queiram ou não), soube se alimentar da fúria e ódio das massas, potencializando essa poderosa energia, soube converte-la em capital político para si, e tornou-se o quase imbatível governante do Brasil.
Jair Bolsonaro não dispõe de nenhuma aparente nobreza, seja na fala, ou comportamental. Muito menos apresenta alguma notoriedade intelectual para que seja considerado um clássico notável, sua fala e arroubos comportamentais demonstram isso, além de seu histórico pregresso e círculo de amizades secundárias não serem lá, tão idôneos.
Mas se aparentemente existem tantas questões negativamente pontuais que orbitam em torno da figura presidencial, o que o mantém no poder, e por que ele continua no poder, e ainda consegue se destacar em qualquer pesquisa prévia para futuras eleições? – A resposta é: Conselheiros! Jair Bolsonaro soube cercar-se de bons e notáveis conselheiros em sua primeira camada de apoio, que vão desde seu vice, um estrelado e gabaritadíssimo general, Hamilton Mourão, passando por outros estrategistas generais, da envergadura do general Heleno e outros mais, que agem nos bastidores. Mas onde entra o elo necessário desses distantes militares para com o povo? Outros fazem essa ligação. Além de generais, ele soube e sabe também ouvir o povo, não somente os que integram os movimentos ditos “revolucionários”, ou militantes urbanos, tal como o fez seus antecessores de esquerda, que desprezou grande parcela da população brasileira, e permitiu que os órfãos percebessem o desprezo sofrido. A grande massa brasileira é compostas por pais e mães de famílias também dos campos e pequenas cidades. 31% dessa população é evangélica, e não era ouvida, nem respeitada. 50% católicos, embora não sejam praticantes em sua totalidade, grande parte desse contingente, também sentia-se desrespeitada e desprezada pelos governos de esquerda . Restavam então, outros 10% sem religião, 03% de espíritas, 02% de religiões de matriz africana, 01% de ateus e 0,3% de judeus a serem conquistados. E esses números são de pesquisas realizadas pelo DataFolha em Janeiro/2020. Neste caso apontamos somente informações sobre a religião e consequentemente, a maneira de pensar e ver o mundo, desse montante de pessoas.
Não citamos questões de etnias, nem de gênero, ou classe social. Pois caso o expuséssemos, ficaria muito claro que o PT e o governo Lula e Dilma, por mais que investissem em questões sociais e de distribuição de renda, pecaram e muito, quando se deveriam levar em consideração o real retrato do Brasil. Citamos um exemplo, o fator étnico nesses governos petistas ; O PT e os demais denominados partidos de esquerdas, sempre se jactaram de serem inclusivos em seus quadros, mas ONDE ESTÃO OS NEGROS NOS DIRETÓRIOS DESSES PARTIDOS?
Os negros sempre foram, e são parte fundamental da construção e manutenção desse país, e por mais que doa em muitos, são também aqueles que ocupam os piores índices de desenvolvimento e mazelas em todo território nacional. E onde entraram os negros nos governos Lula e Dilma? E os evangélicos? Quem deu ouvidos aos clamores dos evangélicos quando questionavam ações desses governos anteriores? Talvez um pequeno grupinho de charlatões de gravata em seus púlpitos ou redes de televisão se beneficiaram, mas e no governo, onde entrou sequer um que pudesse ter voz ativa, fosse nos ministérios ou secretariados? Bastava a emblemática Benedita da Silva, que ocupa o papel tripartido, étnico/gênero/religioso para que somente na pessoa dela simbolizasse uma fajuta inclusão?
Aí residiu o erro petista, e foi por ai que foram apanhados também e viram o golpe final acontecer através de ações de inimigos, internos e externos, que como fora dito; “NÃO DORMEM!”.
Jair Bolsonaro, foi sim inteligente para implodir o sistema petista, ouvindo essa população desprezada e silenciada, facilmente comprada, com promessas messiânicas e fomentação de inimigos imaginários, tais como luta contra “kit-gays”, e pela defesa da família. Bandeira não tremulada por demais partidos.
Hoje, os inimigos de Jair Bolsonaro resumem-se a ele próprio, e a alguns integrantes de seu questionável séquito, a começar por seu filhos, que fatalmente são seus “inimigos” internos, com atenção especial para o mais velho, seu pseudo-sucessor natural, que ocupa uma cadeira no senado, à saber, Flávio Bolsonaro, que seria o seu natural sucessor, o primogênito, alvo de investigações policiais, e cada vez mais perto de uma possível prisão. Inimigos de fato, externos, no âmbito político, são muitos, começa por Ciro Gomes, um animal político, que paga um alto preço, por talvez não ouvir conselhos de bons e equilibrados “mais velhos”, principalmente quanto a seus arroubos verbais, mas que sem sombra de dúvida, é detentor de uma inteligência pouco vista na história do Brasil república.
Outro que vem se destacando, é também o governador de São Paulo, que acaba de demonstrar que também está sendo pessimamente mal assessorado, quando em uma viagem em meio a essa pandemia em que atravessamos, sendo ele o governador do estado mais rico da federação, e principal desafeto ativo do atual presidente, sem que ninguém entendesse, rumou com sua família para Miami, cidade sinônimo de prazer e bem viver, deixando a população sem sua figura de líder Alfa, prato cheio para Jair Bolsonaro que não perdeu a oportunidade de publicamente expor essa faceta que em linguagem de caserna é conhecida como “embusteiro”, ou falsa. E pior, em outra oportunidade, o brilhante João Dória, mal assessorado novamente, dessa vez por seus “personal Stilyst” (consultor de imagem), o vestiu com uma roupa incondizente para a figura de um líder. Talvez quisesse o conselheiro dar um “pitada” de modernidade na imagem do governador, mas errou a mão, e esse erro fixou no ideário coletivo, e ainda mais no alforje de Jair Bolsonaro, que agora, como franco atirador associou a situação à uma fraqueza de liderança, atribuindo ao seu rival a jocosa alcunha de “CALCINHA APERTADA”.
As definições de “calça apertada” foram redefinidas.
— 𝗪𝗲𝗻𝗱𝗲𝗹 𝗕𝗿𝗮𝘀𝗶𝗹𝗦𝗣 (@WendelBrasilSP) December 25, 2020
Agora é “CALCINHA APERTADA” pic.twitter.com/Kle9qUqGsb
E acreditem, assim como Aécio Neves (ex-principe do PSDB – posto ocupado por seu desafeto interno, João Dória, atualmente), vacilou com sua imagem, e não conseguiu limpa-la das imaginações, ou memórias registradas, através de imagens com sinais de embriaguez nas ruas do Rio de Janeiro, ou nem mesmo de casos (não comprovados) de uso de substâncias ilícitas, ou pecha de “PlayBoy”, João Dória, , terá que realizar um esforço fenomenal por causa desses deslizes, e tentar ao máximo não cometer outros erros midiáticos nesses próximos dois (02) anos, caso queira de fato postular a presidência da república em um confronto direto com Jair Bolsonaro.
Aconselho-o que reveja seus conceitos, e também seu quadro de conselheiros, além de se preocupar em colorir de fato o diretório seu partido, e aprender a ouvir também a uma parcela da sociedade, a saber os mais de 50% que se auto identificam como negros no Brasil.
O mesmo conselho vale para Ciro Gomes, caso queira chegar a algum lugar.
*Eram costumes daquele contexto, onde poucas mulheres ocupavam cargos de decisões naquela sociedade – Não se aplica aos dias de hoje, e nem em nossa sociedade, muito menos na India atual – Vide: Indira Priyadarshini Gandhi, foi primeira-ministra da Índia entre 1966 e 1977 e entre 1980 e 1984. Indira Gandhi não possui nenhum parentesco com Mahatma Gandhi
Nilson “Apollo Belmiro” Santos – Atua no ramo da comunicação e comércio, escreveu para diversos jornais e revistas em Minas Gerais e sudeste do Brasil, com histórico de empreendedor na área de prestação de serviços, estudou segurança na UNI-BH, atualmente reside em Belo Horizonte e escreve esporadicamente para o Jornal Clarín Brasil JCB News de Belo Horizonte