Após o anúncio do Twitter, todas as outras plataformas procederam também com a exclusão de Trump, deixando-o sem voz, causando um abalo no equilíbrio do poder – O que preocupou o diretor do Twitter
Por redação Jornal Clarín Brasil JCB News – Belo Horizonte em 14/01/2021 às 14hs32mins
Jack Dorsey, CEO do Twitter, pronunciou sobre a suspensão permanente da conta de Donald Trump, decretada pela plataforma em 8 de janeiro, e admitiu que, embora, à princípio acertada, a ação pode ter aberto um precedente perigoso. “Não celebro nem sinto orgulho por termos banido (a conta) @realDonaldTrump do Twitter”, escreveu Dorsey naquela rede social, numa série de mensagens em que questionou se a expulsão do presidente cessante dos Estados Unidos daquela plataforma foi a atitude correta, após a violenta invasão do Capitólio, em 6 de janeiro, por militantes instigados por Trump.
“Acredito que foi a decisão certa“, escreveu o responsável do Twitter, apontando que a rede social “enfrentou circunstâncias extraordinárias e insuportáveis”, forçando a empresa a “concentrar todas as (suas) ações na segurança pública”.
#Trump, a mi juicio, es uno de los peores presidentes de los #EEUU y si ha cometido algún delito será la Justicia la que lo determine, pero la libertad de expresión es sagrada y cerrando su cuenta, @Twitter y @Jack Dorsey se han convertido en censores https://t.co/rDkSgnBbpG
— Juan Marcos Vallejo (@juanmarcosvg) January 14, 2021
Apesar disso, Jack Dorsey admitiu que a decisão representa “um fracasso” da empresa em “promover um diálogo são” e admitiu que estabelece “um precedente perigoso: o poder de um indivíduo ou corporação sobre uma parte do discurso público global”.
O responsável apontou que, em circunstâncias normais, um usuário expulso por violar as regras de uma rede social pode recorrer a outra, mas recordou que, no caso de Trump, outras redes sociais decidiram igualmente suspendê-lo indefinidamente, após o anúncio do Twitter, abalando o equilíbrio do poder.
O Twitter era o principal instrumento de comunicação de Donald Trump, que tinha 88 milhões de seguidores no Twitter.
Em 8 de janeiro, o Twitter suspendeu de forma permanente a conta de Trump, citando os riscos de “nova incitação” à violência, dois dias depois de os seus apoiantes terem invadido o Capitólio.
Críticas à decisão
A decisão do Twitter foi criticada por vários dirigentes mundiais, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, que considerou “problemático” o encerramento das contas do presidente cessante dos Estados Unidos por decisão das empresas.
“É possível interferir na liberdade de expressão, mas segundo os limites definidos pelo legislador e não através da decisão de uma empresa”, disse na segunda-feira o seu porta-voz.
O comissário europeu Thierry Breton também exprimiu “perplexidade” com a decisão “sem controle legítimo e democrático”.
Fonte: RTP