Minhas dúvidas quanto a vitória de Jair Bolsonaro em 2022, somente desvanecerá caso em uma contrapartida, a oposição consiga apresentar e mobilizar o mesmo volume de apoiadores que Jair Bolsonaro apresentou, e mobilizou nos últimos meses
Por Nilson Apollo Belmiro Santos / Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 08/09/2021
A julgar pelas imagens de ontem, o histórico 07 de setembro, à meu ver, desconfio Jair Bolsonaro já estaria praticamente reeleito em 2022. Ilude-se quem pensa diferente, independente de suas preferências…
Na realidade de hoje, continuam a insegurança alimentar, o combustível em preços impraticáveis, o desemprego galopante, e a população cada vez mais desesperada, pois o básico começa a faltar de fato… E não nos enganemos, está faltando nas mesas de classes distintas, pois os “ricos” emergentes de até dez anos atrás, já não conseguem mais manterem seus recém alcançado “status” social e financeiro. Aqueles que tinham dois ou três veículos na família já não têm mais, os planos de saúde foram cancelados, os confortos de até poucos meses atrás foram cortados, os que abriram pequenas e médias empresas, já amargam dívidas e desalento, que ficam visíveis, quando entramos em uma loja de vestuário, restaurante, ou escritório de contabilidade, que antes eram pulsantes e agitados, agora vivem em estado de letargia, como se fossem as últimas semanas de existência.
Ainda não fomos apresentados a bolha no sistema financeiro que cresce cada vez mais no país, pois, a inadimplência atinge também recordes históricos, e os operadores do sistema já não sabem mais o que fazerem para “maquiar” o problema. O temor é que repentinamente, os financiamentos e empréstimos, que ainda “salvam” a máquina brasileira, parem. E pior, nos próximos meses, não vemos no horizonte, nada que possa vir de encontro a essa necessidade urgente de reativarmos o país. Até os desempregados de todas as profissões, inclusive os liberais (engenheiros, advogados, psicólogos, jornalistas), que buscaram socorros nos vários aplicativos de mobilização urbana, e viam nisso a última saída diante do desespero para se manterem, estão pendurando as chaves e devolvendo milhares de veículos para as loja de aluguel, ou encostando na garagem seus próprios veículos, já que a atividade está obsoleta, em decorrência das baixas tarifas praticadas pelas operadoras, e os altos preços dos combustíveis.
Diante disso tudo, o que vimos ontem nas redes sociais, principalmente, já que parte da grande imprensa, por temor de um “auto-golpe” de estado, não divulgou à altura, ficamos com uma sensação de estranheza, pois, como tanta gente sofrendo, ainda saiu às ruas para apoiar ao governo, e de maneira tão gigantesca?
A grande massa, admirável, vista ontem, em diversas cidades pelo país à fora, à bem da verdade, é composta por esses insatisfeitos de agora, que antes gozaram das benesses dos governos anteriores, à saber, Lula, nos dois mandatos, e Dilma, em seu ocaso político, quando se iniciou a crise política e econômica no país.
Minhas dúvidas quanto a vitória de Jair Bolsonaro somente desvanecerá caso em uma contrapartida, a oposição consiga apresentar e mobilizar o mesmo volume de apoiadores que Jair Bolsonaro apresentou, e mobilizou nos últimos meses, com suas “motociatas” e aglomeração de pessoas em escala nacional (em meio a uma pandemia – isso é foda). Tenho lá minhas dúvidas se os opositores conseguirão. Vamos dar nomes ao bois logo, sem melindres; Lula e o PT.
Bolsonaro foi muito inteligente, quando soube articular um coletivo, antes atacado, ridicularizado e desprezado pela ala pseudo-intelectual da esquerda, os crentes e suas famílias. O que eu vi de crente nos movimentos de ruas ontem, não está no gibi. Nas redes sociais então, nem se fala, o apoio é massivo, se não são 100% de apoio, gira na casa dos 90%. Jair Bolsonaro e seus apoiadores contam com pelo menos 10 comitês em cada bairro do país, que são as igrejas, cujos líderes na verdade nem apoiam a pessoa dele, mas, cansados de verem seus valores atacados e seus estilos de vida ridicularizados, vêm nele uma tábua de salvação. E não existe o que os mudem de convicção, pois, os evangélicos NUNCA vão apoiar abortos, ou relações de afetividades diferentes do que aprovam sua regra de fé. Isso é inegociável para essa multidão de votantes.
Os movimentos de esquerda, iludidos, e ávidos por amealhar eleitores, optaram por outras bandeiras, que apresentam um ilusório volume, e que não sustentam uma eleição em nenhuma esfera. São diversas siglas atípicas e crescentes a cada dia, uma colorida confusão, que a bem da verdade, não move a sociedade, nem a grande maquina produtiva do país, muito menos a eleitoreira, que precisa de votos e capital para girar, e não dispõe de mão de obra, dinheiro, influência, nem energia o bastante para promover uma macro revolução.
Um dos outros grupos órfãos que os partidos de esquerda tentam cooptar, são os negros, mas se esquecem de convida-los para integrarem suas cúpulas, ou eleva-los aos postos eletivos de destaques em suas fileiras. Ainda que existam alguns poucos, podemos lembra de todos em uma fração de dois minutos, por se tratarem de muitíssimo pouco mesmo, pra não dizer, quantidade pífia, em um país cuja população é constituída por mais de 50% de afro-descendentes, podemos falar dos excelentes, Paulo Paim, Benedita da Silva, Vicentinho, e Orlando Silva, e alguns outros, não lembrados agora.
Ao observarmos os acalorados debates nas comunidades negras da internet, até podemos vir a acreditar que todos falam a mesma lingua, mas, na realidade, esquece-se, que, milhões da população afro-descendente do país são evangélicos, e encontram-se na base eleitoral de Jair Bolsonaro também. Na internet, nota-se um pequeno grupo dentre os negros, que são ativistas de esquerda, o que causa uma ilusão facilmente desmistificada quando saímos às ruas ou vida real, onde a fala e expectativa são muito diferentes do que se percebe nas redes.
Além dos crentes, que são aguerridos de verdade (posso dizer, pois sou oriundo do meio), o movimento bolsonarista conta também com todas as forças de segurança do país, militares das forças armadas, segurança pública e privada, e com os caminhoneiros, que movem o país, e com os empresários pequenos e médios que são os que na verdade sustentam nossa economia.
Em desvantagem, ele tem contra si, a imprensa, os outros poderes, que sentem-se ameaçados, e os políticos do chamado “centrão”, que na verdade agem como prostitutas, vão com quem paga melhor, sem muitos outros critérios.
Nos últimos dias não temos percebido nenhum contra-ataque relevante da oposição, somente troças infantis, e de uma baixeza sem igual contra o então presidente, pois surgiram na mídia rumores de questões familiares de seu último casamento, que comprometem a reputação de sua ex-esposa. E a meu ver, vem sendo outro tiro no pé que os opositores estão dando, chamando Jair Bolsonaro de “corno”, pois, além de não reagir, ele está forçando a oposição a um ridículo ainda maior, já que hoje encontra-se refeito em sua vida marital, bem casado, com uma esposa melhor e sendo presidente da república. Sua ex-esposa, a suposta infiel, está viva e saudável, e ela sim, deveria ser o alvo das observações, pois no suposto caso, quem errou foi ela, e pior, segundo as fontes, com um funcionário da casa. Uma boa assessoria agora, reverteria a situação em bônus para o presidente, e facilmente o conseguiria pintar como um homem equilibrado e comedido, já que sua ex-esposa saiu incólume da desonrosa situação provocada, supostamente por ela própria. Ou seja, se a esquerda do Brasil quiser lograr algum êxito daqui pra frente, ela terá que ser muito inteligente, e agir rápido, de acordo com a realidade, e sem muitas paixões, somente inteligência e sagacidade mesmo, pois, por mais que critiquem ao presidente Jair Bolsonaro, e eu também já critiquei e critico se precisar, o mesmo vem se mostrando um jogador nato, e só se agiganta no poder, para o bem ou para o mau.
Espero que ao fim de tudo, seja para o bem, pois, como brasileiro, dono de CPF, CNPJ e de sonhos frustrados nos últimos anos, confesso que já não aguento mais esses desencontros econômicos, sociais e políticos de nosso país… Seja com quem for, EU SÓ QUERO QUE O BRASIL DÊ CERTO!
Nilson Apollo Belmiro Santos – Atua na área comercial, comunicação e serviços, entre os estados de Minas Gerais e Espirito Santo, e escreve esporadicamente no Jornal Clarín Brasil -JCB News