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A OMICRON É EUROPÉIA, E NÃO AFRICANA – Apontam estudos científicos e monitoramentos da OMS

Os cientistas da africanos foram os que detectaram a variação e alertaram ao mundo da possível tragédia da nova modalidade do vírus

Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 01/12/2021

A variante do coronavírus Omicron já estava presente na Europa antes de os primeiros casos serem relatados na África do Sul, novos dados da Holanda mostraram na terça-feira, enquanto a América Latina noticiava seus dois primeiros casos no Brasil.

Na semana desde que a nova cepa do vírus foi relatada à Organização Mundial da Saúde pela África do Sul, dezenas de países ao redor do mundo responderam com restrições de viagem – a maioria visando nações do sul da África.

Mas a Organização Mundial da Saúde alertou na terça-feira – enquanto o Canadá expandia suas restrições para incluir também o Egito e a Nigéria – que proibições “generalizadas” de viagens corriam o risco de fazer mais mal do que bem.

E a provável futilidade de amplas restrições a viagens foi enfatizada quando as autoridades holandesas relataram que a Omicron estava presente no país antes que a África do Sul relatasse oficialmente seus primeiros casos, em 25 de novembro.

A nova variante – cujo alto número de mutações, segundo a OMS, podem torná-la mais transmissível ou resistente às vacinas – foi encontrada em duas amostras de testes holandesas de 19 e 23 de novembro, uma delas sem histórico de viagens.

Com os países agora em alerta para a variante Omicron, uma imagem mais clara está surgindo por dia de onde circulou e por quanto tempo.

Até agora, bem mais de uma dúzia de países e territórios detectaram casos, incluindo Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, Hong Kong, Israel, Itália e Portugal.

Entre os países europeus, Bélgica e Alemanha relataram casos da nova cepa antes de 25 de novembro, mas ambos relacionados a viagens ao exterior.

A América Latina registrou os dois primeiros casos na terça-feira – em pessoas que viajaram da África do Sul para o Brasil – e um primeiro caso foi confirmado no Japão, um dia depois de barrar todas as chegadas de estrangeiros.

RESISTENTE À VACINA?

Embora muito ainda seja desconhecido sobre a variante Omicron – pode levar semanas para determinar se e em que medida ela é resistente à vacina – ela destacou que a luta global contra a Covid-19 está longe do fim.

Os mercados asiático, europeu e americano caíram na terça-feira, enquanto o preço de referência do petróleo dos EUA caiu mais de 5 por cento depois que o chefe da fabricante de vacinas Moderna alertou que os jabs existentes podem ser menos eficazes contra a nova variante.

African scientists are sidelined by parachute research teams — Quartz Africa
A expertisse dos cientistas africanos fora fundamental na detecção dessa nova variante, e propiciou ao mundo tempo hábil para agir na defensiva contra essa nova ameaça – Imagem reprodução

“Todos os cientistas com quem conversei … estão tipo ‘isso não vai ser bom'”, disse o chefe da Moderna, Stephane Bancel, ao Financial Times, alertando contra uma “queda material” na eficácia dos jabs atuais contra a Omicron.

Moderna, a farmacêutica norte-americana Pfizer e os patrocinadores da vacina russa Sputnik V já estão trabalhando em uma vacina específica para o Omicron.

Na frente do tratamento, entretanto, um painel de especialistas em saúde dos EUA votou na terça-feira para endossar a pílula Covid da Merck para pacientes adultos de alto risco, que já está autorizada na Grã-Bretanha.

‘FARDO PESADO’

Em um comunicado aos Estados membros da OMS, o chefe do órgão, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que era compreensível que os países procurassem proteger seus cidadãos “contra uma variante que ainda não entendemos totalmente”.

Mas ele pediu que a resposta global seja “calma, coordenada e coerente”, exortando as nações a “tomarem medidas racionais e proporcionais de redução de risco”.

A agência da ONU advertiu em um comunicado de viagens que proibições “gerais” de viagens corriam o risco de colocar um “fardo pesado sobre vidas e meios de subsistência” e poderia dissuadir os países de compartilhar dados sobre a evolução do vírus – como a África do Sul fez ao relatar a última variante.

Mas aconselhou que as pessoas não totalmente vacinadas e consideradas vulneráveis ​​à Covid-19, incluindo maiores de 60 anos, deveriam adiar a viagem para áreas com transmissão comunitária do vírus – após corrigir uma declaração anterior que indicava que todos os maiores de 60 anos deveriam adiar a viagem .

MEDIDAS MAIS DIFÍCEIS

Omicron emergiu como grande parte do mundo já estava se preparando para uma nova onda de inverno da pandemia – deixando até mesmo as nações com altas taxas de vacinação lutando para conter infecções e evitar que os serviços de saúde sejam sobrecarregados. 

Os governos, especialmente na Europa Ocidental, já reintroduziram o uso de máscaras obrigatórias, medidas de distanciamento social, toques de recolher ou bloqueios – deixando as empresas temendo outro Natal sombrio.

Na Alemanha, o novo chanceler Olaf Scholz disse que o parlamento votará sobre a obrigatoriedade das vacinas para Covid até o final do ano – e uma fonte do partido de Scholz disse à AFP que ele “manifestou sua simpatia” por tal regra.

A Grécia avançou na terça-feira ao tornar as vacinas obrigatórias para maiores de 60 anos, enquanto a Noruega oferecerá vacinas de reforço a todos os adultos antes da Páscoa, como preferível a um bloqueio.

Enquanto isso, a Grã-Bretanha estabeleceu uma meta de entregar terceiros jabs a todos os adultos dentro de dois meses, com o primeiro-ministro Boris Johnson dizendo que os centros de vacinação estariam “pipocando como árvores de Natal”.

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