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O RITUAL MACABRO DE LIMPEZA DE CADÁVERES PELOS INDONÉSIOS TORAJAS

Isso pode parecer difícil de entender, mas…

Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 21/02/2022

A cultura é um dos fundamentos da humanidade que ajuda uma sociedade a prosperar. A cultura varia de uma parte do mundo para outra e de uma sociedade para outra. Com a cultura é um caso de a cura de um homem ser o veneno de outro homem, simplesmente colocando o que se aplica a uma sociedade, mas que provavelmente poderá ser um absurdo ou um tabu para outra. Assim, a prática Ma’nene pelo povo toraja da Indonésia, feita a cada 3 anos em homenagem aos mortos, torna-se um caso intrigante, que precisa ser explicado, ou entendido, ou sabe-se lá…

Os familiares tentam enfeitar seus entes “queridos”, no pós morte, para dar-lhe uma boa trajetória no plano espiritual – Imagem: Reprodução

A Tana Toraja (Terra de Toraja) é habitada por um grupo étnico indígena que reside nas montanhas de Salawesi na Indonésia. O povo toraja é bastante distinto por sua cultura tradicional de limpeza de cadáveres. Chamado de festival Ma’nene (a cerimônia de limpeza de cadáveres), essa cultura implica que o povo toraja desenterra o corpo de um parente morto e depois o limpa, deixa o corpo secar e os corpos são bem vestidos. Essa cultura continua com os membros da família economizando dinheiro para uma cerimônia de enterro decente, porque é um aspecto importante para o povo toraja da Indonésia.

Em outros casos, os corpos dos recém-falecidos são mantidos em casa e preservados pelos familiares até que estejam aptos financeiramente para realizar um funeral adequado. Os Torajas acreditam que durante o período de espera, o espírito permanece e só encontra descanso em Puya (terra dos espíritos) quando ocorre uma cerimônia fúnebre.

Isso pode parecer difícil de entender, mas acredita-se que a antiga prática de centenas de anos tenha vindo do conto mítico de um caçador chamado Pong Rumasek que estava andando nas montanhas e encontrou um cadáver nas montanhas torojan. o caçador então cuida do corpo e o veste com suas próprias roupas, este ato supostamente lhe trouxe boa sorte.

In Indonesia, a Blurred Boundary Between the Living and the Dead - The New  York Times
As crianças não são poupadas de assistirem a cenas consideradas macabras por qualquer outro povo do globo terrestre – Imagem: reprodução

E é assim que as práticas continuam vivas, porém a intenção por trás da estranha prática é se relacionar com os mortos. Esta tradição Ma’nene pode parecer como fazer a limpeza de fim de semana, mas desta vez é para os mortos. Por mais que os cadáveres sejam vestidos, os caixões sejam trocados e, no ritual, os corpos desfilem pela comunidade onde antes moravam seguindo um caminho reto. O caminho reto simbolicamente significa que eles podem se conectar espiritualmente a Hyang, que acredita-se que um espiritual se mova em linhas retas, embora existam outras práticas religiosas, mas com uma seita diminuta ainda praticando o caminho dos ancestrais ‘AlukTodolo’.

Mesmo que a prática seja tão estranha quanto possa parecer, é apenas uma versão mais extensa dos memoriais de morte que muitas sociedades praticam.

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