Intervenções das milícias ainda não conseguem entrar em áreas dominadas pelo tráfico de drogas
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 13/09/2022
Um estudo publicado, nesta terça-feira (13), indicou que as milícias estão progredindo na cidade do Rio de Janeiro. Até o fechamento do levantamento, cerca de 22,1% do território da capital do estado já foi ocupado, em uma região onde residem mais de 1,1 milhão de pessoas. O estudo foi realizado pelo Instituto Fogo Cruzado, em parceria com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF).
Na etapa anterior do Mapa dos Grupos Armados, lançada em 2020, o índice de controle territorial equivalia a 17,7%. Há pouco menos de duas décadas, isto é, há 16 anos, somente 2,3% possuía ocupação da milícia. Apesar disso, desde o começo da série histórica, a área administrada por eles ampliou em 387%, saindo de 52,6 km² para 256,28 km².
Em todo o território do Grande Rio, essa área atual já corresponde a 10%. Dessa maneira, somente na capital, a cada quatro áreas controladas por criminosos, três estão dominadas por milicianos. Do contrário, grande parte da expansão das milícias aconteceu por incorporação de áreas sem controle territorial anterior, o que significa que a milícia não conseguia entrar em áreas comandadas pelo tráfico.
“Hoje a milícia atua fortemente no setor de construção civil, grilando terras, drenando, roubando areia e construindo empreendimentos imobiliários”, frisa Daniel Hirata, coordenador do Geni.