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Dirigentes do Irã culpa EUA e Israel por aumentar agitações em meio aos protestos nas ruas do país

A morte de uma mulher de 22 anos sob custódia policial gerou protestos generalizados em todo o Irã nas últimas semanas

JORNAL CLARIN BRASIL – JCB News

Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 03/10/2022

TEERÃ, Irã – O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acusou nesta segunda-feira os Estados Unidos e Israel de “alimentar a agitação” no país, em sua primeira reação desde a morte de uma jovem iraniana sob custódia policial. 

Discursando em uma cerimônia de formatura de cadetes do exército na Universidade Imam Hassan Mujtaba de Treinamento de Oficiais e Polícia em Teerã, Khamenei classificou a morte de Mahsa Amini como “trágica”, mas condenou o que chamou de “motins e distúrbios” em reação ao incidente.

Ele disse que “afirma abertamente” que os recentes “motins e distúrbios” no Irã foram “esquemas planejados” pelos EUA, Israel, seus “mercenários” e alguns “iranianos traidores no exterior” que os apoiaram.

O líder do Irã disse que “enfraquecer as forças armadas está enfraquecendo a segurança do país”, acrescentando que aqueles que atacaram uma delegacia de polícia “atacam a segurança do país”.

Ele se referia a um ataque a uma delegacia de polícia na cidade de Zahedan, no sudeste da província de Sistan-Baluchistão, na sexta-feira, que levou a confrontos violentos entre manifestantes e policiais, deixando mais de 40 mortos, incluindo civis e policiais.

As autoridades iranianas culparam o ataque a “terroristas e separatistas”, que ocorreu em reação à morte de Amini no mês passado, um incidente que atraiu indignação e condenação global.

Nas últimas semanas, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou os enviados do Reino Unido, França e Holanda para apresentar protestos sobre o que insiste ser “instigar tumultos”.

Khamenei, em seus comentários, classificou o rumo dos acontecimentos nas últimas semanas como “planejado”, atacando os Estados Unidos por “mentir” sobre sua preocupação com os direitos humanos no Irã.

Ele disse que tumultos ocasionalmente eclodem em países como a França, mas as autoridades americanas nunca apoiam os manifestantes lá enquanto estendem tal apoio ao Irã, culpando uma “mão estrangeira” pelos recentes protestos.

“O principal problema deles é com um Irã forte e independente e o progresso do país”, disse ele.

Muitos altos funcionários dos EUA emitiram nas últimas semanas declarações com palavras fortes condenando a morte de Amini sob custódia policial, provocando fortes reações de Teerã.

O Conselho de Segurança Nacional dos EUA, em um comunicado, descreveu a morte de Amini como uma “afronta terrível e flagrante aos direitos humanos”, enquanto o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, a classificou como “imperdoável”.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu ao governo iraniano “que encerre sua perseguição sistemática de mulheres e permita protestos pacíficos” após a morte de Amini.

O governo Biden também anunciou sanções contra a polícia de moralidade do Irã, que deteve Amini antes que ela desmaiasse e mais tarde foi declarada morta em um hospital, por suposta violência contra mulheres.

O Irã, em reação, denunciou o que chamou de “posições intervencionistas estrangeiras” em relação a esse incidente e aconselhou esses países a “evitar o oportunismo e o uso seletivo dos direitos humanos”.

No domingo, o Ministério de Inteligência do Irã disse que prendeu nove estrangeiros por envolvimento em “motins”, juntamente com 256 membros de grupos de oposição proibidos.

A família de Amini acusou a polícia de espancá-la que causou seu derrame cardíaco. Uma investigação do governo iraniano sobre o incidente ainda não foi concluída.

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