Mercados/Negócios Saúde/Bem estar

Ser obsessivo compulsivo seria mesmo uma vantagem para empreendedores mais bem-sucedidos?

“Não há dois empreendedores de sucesso iguais, Na verdade, é sua individualidade e diferentes formas de pensar que os tornam bem-sucedidos”

JORNAL CLARIN BRASIL – JCB News

Por Cris Oliveira/Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 08/10/202

Nas altas rodas de negócios, existe um argumento de que os empreendedores são mais propensos a serem obsessivos compulsivos do que membros em geral do público. Uma revisão sobre a vida e carreira de alguns empresários famosos pode dar suporte a essa afirmação.

“Não há dois empreendedores de sucesso iguais, Na verdade, é sua individualidade e diferentes formas de pensar que os tornam bem-sucedidos”

Sir Richard Branson – fundador do Virgin Group

Branson falou abertamente sobre sua experiência com a dislexia, quadro também do bilonário brasileiro, dono da Havan, Luciano Hang. No entanto, vários outros empresários e líderes empresariais de renome, incluindo Thomas Jefferson, Steve Jobs, Estée Lauder e Charles Lindbergh, supostamente viviam com transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo, sem falar no nosso famoso rei da MPB, Roberto Carlos, com suas muitas manias. Dizem também que o apresentador Silvio Santos tem lá suas manias e rituais.

“Para ser super bem sucedido como Jobs, Elon Musk, Jeff Bezzos, Aliko Dangote, Bill Gates, Jack Ma, Kanye West e outros notáveis no mundo dos negócios, você também precisa daquele fator X, aquele overdrive maníaco – que muitas vezes vem de ser um pouco louco”, escreveu a publicação americana Slate sob o título ‘Madness Made Them Great’.

Empreendedorismo e saúde mental

Nesses tempo modernos em que ostentar imagens, bens e aquisições encontram-se em alta, os empreendedores de sucesso são observados e celebrados como verdadeiros astros ou gênios; embora exista toda a aura de glamour, empreendedores emergentes que ainda buscam o sucesso têm suas características pessoais examinadas a tal ponto que alguns duvidariam de sua estabilidade mental.

Para além do que é visto, seja nas redes sociais ou nos círculos de “network”, existe todo um ritual de desafios ferrenhos para quem queira se aventurar, ou quiçá nascera com o dom ou missão de ocupar seu lugar ao sol no muno dos empreendedores, e o preço em muitas das vezes é muito alto. Ser rotulado de obsessivo compulsivo enquanto destaca um recente fracasso empresarial é o destino de muitos desses empreendedores de startups, que esperam e lutam para que o dedo inconstante do destino os aponte para o sucesso em uma dessas suas heróicas empreitadas. E em meio a isso tudo, sorrisos, lágrimas, suor, erros, acertos, estudos, pesquisas, humilhações, tentativas, quedas e retomadas, a mente não passa incólume nesse vale de incertezas.

O que precede leva alguns a ponderar em voz alta o título exato de um artigo da Harvard Business Review : ‘Existe uma conexão entre empreendedorismo e condições de saúde mental?

As características e resiliencia de um empreendedor, o aproxima do que muitos especialialistas classificam como magalomania; “Há muitos pesquisadores investigando o narcisismo nos negócios”… Alguns até se questionam, até onde se faz necessária uma moderada dosagem desse diferencial no perfil psicológico de um postulante a empreendedor, e muito mais aindo em um já consagrado empreendedor de fato. A observação mostra que sim, faz sentido que as pessoas que assumem riscos, que têm alta autoconfiança e senso de superioridade possam estar mais bem equipadas para superar os concorrentes no concorrido mundo dos negócios.  Mas qual seria a tenacidade dessa tênue linha que separa uma mente brilhante de uma mente doente? – Pergunto. .

Sendo tão arriscado, em que parte poderá perceber algum tipo de ajuda dessas características na vida de um empreendedor: “É muito mais difícil pensar em um transtorno de ansiedade ou transtorno obsessivo-compulsivo ajudando uma pessoa a se destacar nos negócios.  Existem casos de grandes empreendedores, excêntricos em seus comportamentos, que à princípio eram tido como geniais, homens e mulheres de sucesso, mas que no decorrer do tempo, viram suas “genialidades” evoluirem para quadros severos de TOC, a ponto de se isolarem do mundo real, ou simples convivências com seus pares, e que por fim se prejudicaram e muito no mundo dos negócios, pois já não conseguiam se relacionar de maneira saudável e plena para ambas as partes.

Comportamentos obsessivos compulsivos nos negócios

As pessoas que vivem com TOC são uma minoria distinta. Estimativas oficiais sugerem que a prevalência de TOC ao longo da vida nos Brasil afeta de 1 a cada 50 pessoas na população adulta, ou seja, um número considerável para um país tão ensolarado e diversificado em suas opções de lazer e entretenimento, além de um povo alegre e leve em sua auto-percepção. Nas Austrálio, números oficiais indicam que 500 mil pessoas naquele país sofram de TOC. E neste mesmo país, 12% de sua população (25,9 milhões de habitantes), estão envolvidas em algum tipo de empreendedorismo, ou seja, imagine quantos portadores do TOC não estejam nessas fileiras na busca do sucesso, ou realização pessoal.

E, de certa forma, as características dos empreendedores de sucesso se alinham com os sintomas do TOC : persistência; informações de açambarcamento; hiperfoco; continuamente em busca de riscos (e, no caso de empreendedores, oportunidades), não se pode duvidar.

Diferentes realidades

É importante lembrar que a doença mental existe em um espectro. De um lado estão as pessoas que a certa altura do processo são incapazes de funcionar, enquanto outros se mostram o contrário.

Depois, há toda uma área de pesquisa sobre o chamado “realismo depressivo”, o ex-presidente norte-americano, Abraham Lincoln, é frequentemente citado como um líder que sofria de depressão, e há muitas teorias sobre como seu caráter melancólico e depressivo alimentou sua capacidade de entender as realidades da Guerra Civil, em cuja qual o mesmo fora laureado e alçado definitivamente ao panteão dos heróis estadosunidenses..

Para outros, como Steve Jobs da Apple, a compulsão obsessiva pode ser uma fonte de força, determinação, resiliência e foco. Eles são implacáveis ​​em sua busca pelo sucesso e nenhuma quantidade de fracassos, contratempos ou pivôs pode dissuadi-los de realizar seu objetivo final, um verdadeiro olhar canino sobre o alvo ou meta a ser atingida.

Então, a que conclusão chegamos; os obsessivos compulsivos são bons empreendedores? Talvez! Existem alguns exemplos muito bem sucedidos. Mas os empreendedores, por sua natureza, podem ser menos propensos a perceber o TOC como uma barreira, mas sim como outra ferramenta para olhar o mundo de uma maneira diferente. Caso o super “Boss” consiga extrair dessa sua característica individual, o melhor de si, sem que provoque danos aos demais que o cercam, e consiga lidar bem e sistematicamente com sua natureza, sem adoecer a outros, para o alto e avante. Mas ainda assim, fica o conselho para que tudo isso seja muitíssimo bem monitorado por um profissional da saúde, física e mental, que consiga auxiliar na condução desse ser-humano, que não é uma máquina… Embora pareça ser!

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, céu e arranha-céu

Nilson “Apollo Belmiro” Santos – É um cidadão brasileiro, empreendedor do comércio, prestação de serviços e comunicação, gestor de segurança privada (UNI-BH), e sobrevivente desse caos político e econômico, ora instalado no Brasil, e escreve esporadicamente neste canal de comunicação

Curta,compartilhe e siga-nos:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *