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FAKE NEWS – Venceremos esses demônios dos tempos modernos?

“Se todo mundo sempre mente para você, a consequência não é que você acredite nas mentiras, mas sim que ninguém mais acredita em nada.”

JORNAL CLARIN BRASIL – JCB News

Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 23/10/2022

Bilhões de pessoas em todo o mundo estão por quase 24 horas grudadas em seus telefones celulares, alimentando-se de informações que mudam drasticamente seus comportamentos – e nem sempre para melhor.

Nas plataformas de mídia social dominantes, como o Facebook, Instagram, Tweeter, e outras, os pesquisadores documentaram que as falsas notícias, quais adenominamos de maneira ‘americanizadas” como FAKE NEWS, se espalham mais rapidamente e mais amplamente do que conteúdo semelhante que inclua informações precisas. Embora os usuários não exijam desinformação, os algoritmos que determinam o que as pessoas veem tendem a favorecer conteúdo sensacionalista, impreciso e enganoso, porque é isso que gera “engajamento” e, portanto, receita de publicidade, que é o que os grandes canais buscam mais do que a verdade nos dias de hoje.

Especialistas nas áreas da informação, comunicação e comportamentais, acompanham a este fenômeno nas redes desde 2011, e também detectaram que o Facebook também cria bolhas de filtro, por meio das quais os indivíduos são mais propensos a receber conteúdo que reforça suas próprias tendências ideológicas e confirma seus próprios preconceitos, sendo assim, sem que o percebam, sugestionados em suas ações e escolhas. E pesquisas mais recentes demonstraram que esse processo tem uma grande influência no tipo de informação que os usuários veem, ou seja, quando mais pior, melhor e em maiores quantidades, como se fosse uma droga no cérebro dos leitores.

Mesmo deixando de lado as escolhas algorítmicas do Facebook, o ecossistema de mídia social mais amplo permite que as pessoas encontrem subcomunidades que se alinham com seus interesses, são as chamadas gangues digitais ou grupos de interesses. Isto não é necessariamente uma coisa ruim. Se você é a única pessoa em sua comunidade com interesse em ornitologia, você não precisa mais ficar sozinho, porque agora você pode se conectar com entusiastas de ornitologia de todo o mundo. Mas, é claro, o mesmo se aplica ao extremista solitário que agora pode usar as mesmas plataformas para acessar ou propagar discursos de ódio e teorias da conspiração, além de espúrias bizarrices inomináveis que circulam nos subterrâneos da internet.

Ninguém contesta que as plataformas de mídia social têm sido um grande canal para discurso de ódio, desinformação e propaganda. Tweeter e YouTube são terreno fértil para o extremismo de esquerda ou direita no campo da política, ou nas selvageria dos esportes.  Temos relatos de torcidas de times de futebol, as chamadas “organizadas” que usam as redes sociais, especialmente, para organizar seus embates de guerra, que deixa um rastro de destruição e morte, como assistimos estupefatos nos canais de televisão.  Atônitos, nos assustamos com a habilidade desse povo em conseguir ajuntar tantos idiotas em um só lugar, de maneira tão organizada.

É verdade que alguns acham essas observações alarmantes, observando que grandes plataformas, como Facebook e YouTube (que é de propriedade do Google/Alphabet), fazem muito mais para policiar discursos de ódio e desinformação do que seus rivais menores, especialmente agora que melhores práticas de moderação sejam desenvolvidas. Além disso, outros pesquisadores contestaram a descoberta de que as “Fake News” se espalham mais rapidamente no Facebook e no Twitter, pelo menos quando comparadas a outras mídias.

Outros ainda argumentam que, mesmo que o atual ambiente de mídia social seja traiçoeiro, este problema é transitório, alegam que no início, novas ferramentas de comunicação sempre foram mal utilizadas pelos maus intencionados, provocando reações e regulações de legisladores. Dizem os historiadores que Martinho Lutero no século XVI, usou a recém criada imprensa para promover não apenas o protestantismo, mas também o anti-semitismo de maneira viral na Europa. O rádio outro meio de comunicação revolucionário quando inventado, provou ser uma ferramenta poderosa nas mãos de nazistas na Alemanha, mas também, foi através das ondas do mesmo rádio que Charles De Gaulle organizava ações de resistência desde o solo inglês, até a seus soldados na França dominada pelo exército nazista. Tanto os meios de comunicação impressos quanto os de transmissão continuam cheios de desinformação até hoje, mas a sociedade vem se ajustando a essas mídias aos poucos se reeducando e sendo contidas em suas ações e efeitos negativos.

Não levará muito tempo para que uma combinação de regulamentação mais forte e outras novas tecnologias possam superar os desafios ora enfrentados pela sociedade por motivo de mal uso de mídias sociais. Por exemplo, as plataformas poderão em curto espaço de tempo mediante estudos e aplicações de recursos tecnológicos, fornecer melhores informações sobre a proveniência dos artigos; ou as mesmas plataformas podem ser desencorajadas de impulsionar algoritmicamente conteúdos que possam ser incendiários ou conter informações que induzam os leitores a erros de decisões e julgamentos.

“Se todo mundo sempre mente para você, a consequência não é que você acredite nas mentiras, mas sim que ninguém mais acredita em nada.”

Hannah Arendt

Enquanto seres viventes e racionais que somos, nos distinguimo-nos de outros animais principalmente por nossa capacidade avançada de aprender com nossa comunidade e de acumular experiência observando os outros. Ou seja, erros e acertos são nossos maiores professores, e as aulas se dão por convivência e observação, seja no campo real, como sempre foi há milênios, ou agora no mundo digital, onde ainda não sabemos como nos comportar adequadamente. Para que evoluamos neste quesito, fontes confiáveis ​​que desempenham um papel indispensável nesse processo, precisam ser cultivadas e incentivadas, pois, um bom orador, pregador, palestrante ou professor, pode ter muito poder em seu momento de fala, assim como  um líder raivoso e agressivo em um livre em um palanque, os efeitos são grandes. Inovações de tecnologia de mídia anteriores capitalizaram muito bem esse poder e habilidade, obtendo muitos resultados em suas ações, mas nenhuma delas modificou a própria natureza das redes humanas da maneira tão rápida e profundo quanto as mídias sociais  nos dias de hoje.

Os efeitos e resultados desses sugestionamentos sobre os ávidos leitores, verdadeiros “avatares” já se encontram visíveis em nosso dia a dia, e podemos até mesmo observr em nós mesmo; Nós quase não nos falamos mais uns com os outros, com sons acompanhados de calor, cheiro e presença humana, rimos, choramos e nos relacionamos via mídias”. Quase não mais trocamos  ideias, trocam imagens. E pior, o conjunto menos informado não discute com proposições e boas idéias; eles discutem com boa aparência, celebridades e comerciais representados por dseus “ídolos” midiáticos, ou seus “realitys shows, que nada têem de “reality”.”

E não sejamos ingênuos, mentes mais bem preparadas, sejam nas organizações privadas ou governamentais, à nível mundial, observa e tira muito proveito dessa nossa infantilidade digital, e movidos por seus interesses, administradores corporativos e governamentais adquirem os meios, de acordo com seus julgamentos, tanto para manipular nossas percepções da realidade quanto para nos reduzir à passividade e ao egoísmo, ou induções a ações  por motivações imperceptíveis pela massa. Enquanto isso, nós e nossos “amigos” virtuais estão cada vez mais policiando os pensamentos que se expõe, ou expomos. Esse fenômeno faz agora, com que as pessoas vivam de continua ostentação de falsas virtudes, ou falsas riquezas, “statu” e poderes imaginários, sem que tenha um selo comprobatório do que eles tentam ou vendem sobre si e os seus. O que em muitos casos, baseia-se inteiramente em mentiras.

Hannah Arendt, uma renomada pensadora do século XX, alertou sobre onde isso pode nos levar; “Se todo mundo sempre mente para você, a consequência não é que você acredite nas mentiras, mas sim que ninguém mais acredita em nada.” Nesse ponto, a vida social e política torna-se impossível.

Nilson Apollo Belmiro Santos- Colunista – Gestor em segurança (UNI BH) – Comerciante, Comunicador Digital, nascido em Belo Horizonte, atualmente residindo em Vila Velha no Espirito Santo, onde atua na área comercial e CONSULTORIA de segurança coorporativa.

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