“Eu senti como se minha garganta fechasse ou alguém me apertasse, e eu olhei para ele e falei: Eu não estou me sentindo bem“
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 08/05/23
Atual prefeito de Carolina, cidade do interior do Maranhão, o médico Erivelton Teixeira Neves, também conhecido como doutor Erivelton, é acusado na Justiça de praticar um aborto ilegal, sem o consentimento da vítima, com quem ele tinha um relacionamento.
O caso foi revelado na noite do último domingo (7) pelo programa Fantástico, da TV Globo, mas aconteceu em 2017. De acordo com a investigação, o caso aconteceu dentro de um motel em Agostinópolis, cidade do Tocantins próxima a Carolina, na divisa com o Maranhão. O local estaria sem condições de higiene para o procedimento.
A vítima e Erivelton tinham um relacionamento amoroso instável, em especial após ela descobrir que ele era casado. Em novembro de 2016, ambos reataram, mesmo com a mulher sabendo que ele continuava casado. A gravidez foi descoberta cerca de cinco meses depois.
Em 2 de março de 2017, ele teria buscado a mulher em casa e afirmou que faria um exame com um aparelho de ultrassonografia portátil. Em seguida, foram para o motel. No local, segundo a denúncia do Ministério Público do Tocantins, pegou uma maleta e disse que tiraria sangue da mulher para a realização de exames.
No entanto, ele teria injetado o que seria um sedativo. Naquele momento, a vítima perdeu a consciência e ele fez o procedimento de curetagem com a ajuda de Lindomar da Silva Nascimento (PL), vereador da cidade e, à época, seu motorista.
Saiu no Fantástico: Prefeito de Carolina é acusado de realizar aborto ilegal em motel sem consentimento da vítima pic.twitter.com/nJoo8G6WF2
— CUBO (@cubojorbr) May 8, 2023
Ambos teriam deixado a mulher em casa mesmo com a saúde debilitada por causa do procedimento, de acordo com a denúncia. Ainda, erivelton ainda levou da casa da vítima o exame de sangue que confirmava a gravidez e o cartão de gestante.
Em entrevista ao Fantástico, a vítima, Rafaela Maria Santos, revelou que a primeira dose de sedativo não fez efeito, e que o prefeito inventou que o sangue tirado não tinha sido suficiente.
“Na segunda vez foi horrível. Eu senti como se minha garganta fechasse ou alguém me apertasse. E eu olhei para ele e falei: ‘Eu não estou me sentindo bem’. Foi quando eu olhei para ele e já via tudo embaçado”, contou.
A defesa de Erivelton Teixeira e de Lindomar Nascimento afirmou, através de nota, que seus clientes não foram notificados da ação penal e que tem total confiança em um veredito justo.