Minha manifestação e expressão vêm pela necessidade de evocar
o belo e expressar a vida e a riqueza que encontro em minha fé.
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 13/05/23
Sempre escutamos e lemos que as artes plásticas não são “populares” no país
de Macunaíma(1928) e Saci Pererê. E que, ela, é uma “arte elitizada”, por exemplo,
pelo preço das obras(quadros, esculturas, fotografias de arte, etc.),também pelo espaço
que demanda para exposições(Galerias, museus, etc…). Sim e não. A bem da verdade(e
não da pós-verdade!),observam-se tais fatores, porém, já podemos ver, desde a década
de 70,iniciativas interessantes e alternativas , que hoje são bastante comuns como
tendências. As artes plásticas em praças, garagem, parques, galpões antes abandonados,
ruínas de fábricas, galerias virtuais ou virtualizadas, etc. Estas últimas se intensificaram
e proliferaram com o impacto da Pandemia, o que, aliás, pode-se dizer que foi a
verdadeira limonada feita de apenas um limão.
Os centenários da Exposição Internacional da Independência, realizada no RJ e da
Semana de Arte Moderna, em SP, foram mais recentemente responsáveis pela difusão
de mais artistas e obras plásticas brasileiras ou feitas por artistas sobre o Brasil. Mas o
fato é que as políticas públicas precisam contribuir para que o artista desse campo
encontre meios de produção e divulgação de suas obras. No Rio de Janeiro, contamos
com o sofisticado e contemporâneo Museu de Arte do Rio (MAR), administrado pela
prefeitura da cidade, tem abrigado desde “batalhas do passinho” até exposições
plásticas temáticas, como também seminários com especialistas nacionais e
internacionais. Bastante dinâmico nas atividades e eventos que oferece, além de primar
pelo aspecto formativo em relação ao olhar, o MAR é um território de transformação do
modo de ver e, quiçá, do modo ser e estar no mundo. E ainda entra no circuito dos
museus a oferecer entrada gratuita às terças-feiras!
Boas notícias: No Rio de Janeiro, há o projeto, já em curso, de levar Di Cavalcanti às
comunidades.
Emiliano Augusto Cavalcanti deAlbuquerque e Melo, (Di Cavalcanti,1897-1976),obra Subúrbio Carioca – 1961
Então, nesse espírito de contribuir para dar visibilidade às artes plásticas, fora do
circuito considerado hegemônico, porém, não menos qualificado, apresento uma das
colaboradoras do COLETIVO MULHERES ARTISTAS(CMA) e membro
do INSTITUTO INTERNACIONAL CULTURA EM MOVIMENTO -IICEM, a
escritora e artista Marli Marinho, que gentilmente nos concedeu uma breve entrevista,
destacando sua participação como artista selecionada, no Salão do Mar, promovido
todos os anos pelo Clube Naval e apoiada pelo IICEM. E em Março, tanto o CMA
como o IICEM oportunizaram uma sessão solo de Marinho na Feira Virtual de Livros
de Portugal, momento em que Marli apresenta um pouco mais do seu trabalho.
Convidamos a todos para conhecerem tal atividade.
Aliás, cabe ressaltar que o Coletivo Mulheres Artistas [@coletivomulheresartistas] e
em especial o Instituto Internacional Cultura em
Movimento http://www.culturaemmovimento.org, organizações sem fins lucrativos, têm
como política cultural promover e dar visibilidade às produções de seus membros, por
diversos canais e em ações variadas.[www.culturaemmovimento.org]. No próximo dia
26 de maio, inclusive, estaremos lançando a 1a. antologia literária, PALAVRAS
INCONTINENTES, da Editora Cultura Em Movimento, braço de ouro do IICEM,
iniciativa em que Marli Marinho também foi selecionada como coautora com mais 56
escritores e escritoras.
Lançamento em 26/5/2023(RJ)
Marli Marinho é servidora pública desde 2002. Moradora de Niterói, mãe, com uma
família de gente bonita e dinâmica. Ela também visita os meandros da Literatura, pois é
poeta, escritora, palestrante, premiada internacionalmente. Recebeu os títulos de
DhC.em Literatura pela FEBACLA e Embaixadora da Paz pela OMDDH (2023),
entidades civis que congregam muitos artistas e escritores, além de ativistas na área de
Direitos Humanos. É participante de várias Academias de Letras, Artes e Ciências; e
tem publicado em co-autoria em antologias e coletâneas no Brasil e exterior. E entre as
conquistas mais recentes, Marli Marinho, já aceita, tomará posse ainda este ano na
Academia Brasileira de Belas Artes, ABBA, presidida pela Dra. Vera Gonzalez –
Membro de Honra do IICEM. Cabe também ressaltar que entre as diversas atividades, a
artista tem sido selecionada para salões internacionais, e junte-se a isso o fato de M.M.
ser uma pessoa agradável e sempre muito positiva ante a vida. Tenho a alegria de ser
confreira de Marli em muitas associações e academias comuns, nacionais e
internacionais – isto não é dado que se despreze…
Marli com a obra “Eva” , pintura em tintaacrílica exposta no 7o. Salão de Artes em Portugal 2022.
Aproveito e convido a todos para visitarem o SALÃO DO MAR que estará até dia 26
de maio próximo com as portas abertas, gratuitamente, na sede social do Clube Naval
(Vide card) no Centro do Rio de Janeiro, onde poderão conhecer e ter a experiência de
se relacionar com LAGOA FLORADA de Marli Marinho e muitas outras obras. São
mais de 60 artistas de todos os estilos e escolas, com suas obras sobre o MAR, tema
deste ano na exposição.
Exposição aberta ao público de 28/4 a 26/5/2023.Sede social do Clube Naval(RJ)
Assim, ofereço ao leitor e à leitora, a boa conversa , em forma de entrevista, concedida
por Marli Marinho à colunista, ontem no final da noite, para possam conhecer um pouco
mais da artista e de suas obras.
AR – Como você se iniciou nas artes plásticas?
MM – Gratidão pela oportunidade de falar um pouco mais sobre meu trabalho.
VERNISSAGEM SALÃO DO MAR, CLUBE NAVAL -RJ,27/5/2023
Em criança, tinha muito tempo livre em casa com minha mãe, por conta de problemas
de saúde. Tinha lápis preto e papel de pão à vontade! Para o universo de uma criança,
uma fonte! Um dia, minha mãe veio desenhar comigo. Mesmo pequena, reconheci que
rascunhou um ser humano, vi que seu desenho era belo e me apaixonei por seu traço:
Nunca mais deixei de buscar algo parecido. Mais tarde, nas aulas de pintura e artes na
escola era sempre elogiada pelos professores. Desenhava e pintava por paixão, tinha
sempre uma agenda ou caderninho na bolsa pra não perder nada. A vida seguiu e tudo
ficou pra segundo plano, porém, foi no período da Pandemia que deixei de fazer arte
apenas para poucos amigos, ou satisfação própria, resolvi dar asas à imaginação :
Explorar meu interior e tornar público o exterior em telas e cores.
AR – Você reconhece influências em seu trabalho?
MM -Sou autodidata. Minha manifestação e expressão vêm pela necessidade de evocar
o belo e expressar a vida e a riqueza que encontro em minha fé. A memória, a
afetividade, a ancestralidade e o lírico-abstrato moldam minhas obras e
intensificam minha narrativa. Passeio assim pela flora, fauna e representações abstratas.
Minha grande referência técnica são as cores, a que chamo meus tons de brasilidade!
E tenho uma paixão: Monet, o mais célebre entre os pintores impressionistas e suas
cores apaixonantes! Sua liberdade de expressão e singularidade, as nuances da luz…
AR – De onde veio a inspiração para LAGOA FLORADA, obra exposta no Salão do
Mar/2023,ainda exposta para o público?
A Tela Lagoa Florada é uma declaração de amor a um fim de tarde, mirando um ponto
da Cidade, onde vivemos tantas experiências maravilhosas. E pode ser visto tanto de
Niterói quanto do Rio, porém, o artista mexe com o imaginário e em sua liberdade
explora cenários criativos em que espelha tons de céu e mar: Podemos, enfim, por essa
perspectiva, mergulhar entre flores! Um carinho no coração. Todos precisamos…
AR – Projetos futuros?
MM – Recebi um convite para uma próxima exposição e preparo algumas obras.
Continuar fiel às minhas escolhas e intuição, que vão ao encontro de explorar novos
caminhos com tinta, pincel e tela: o mundo todo aguarda a nossa manifestação,
enquanto mulher, artista plástica, escritora, poeta e ser humano.
AR – Obrigada, Marli Marinho!
Marli Marinho, obra “Paloma”, exposta 7o. Salão de Artes em
Portugal 2022.
ANGELI ROSE é professora, pesquisadora, carioca, mãe de Thiago Krause, tem vários
títulos honoríficos, atua intensamente no âmbito cultural, mas atualmente revê todas as conquistas, redimensiona as escolhas feitas e as parcerias estabelecidas, porque ao final e ao cabo, tudo pode escafeder-se em poucas horas, ou pela guerra mundial, ou pelo individualismo vigente que desmancha tudo o que parece sólido ainda.