A chanceler francesa, Catherine Colonna, disse que os nigerinos têm até amanhã para desistir da retomada do país, o que ela chama de “aventura”.
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 05/08/23
O chanceler Catherine Colonna se reuniu com o primeiro-ministro do Níger, Ouhoumoudou Mahamadou, que estava no exterior no dia da ação militar e não pôde retornar ao seu país, na Embaixada do Níger em Paris.
No comunicado de imprensa divulgado sobre a reunião, afirma-se que a França “apoiou de forma inequívoca e decisiva os esforços da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para mudar o curso da ação no Níger”.
“O futuro do Níger e a estabilidade da região estão em jogo”, disse o comunicado.
A ministra das Relações Exteriores, Colonna, posteriormente fez declarações à rádio France Info e RFI sobre a possível intervenção da CEDEAO no Níger.
“Os nigerinos têm tempo até amanhã”
A ministra Colonna disse: “Os nigerinos devem levar muito a sério a ameaça da CEDEAO de intervenção militar.” Sublinhou que agora é preciso acabar com as ações dos “rebeldes”.
Tens of thousands of people are marching in Niger today in celebration of their Independence Day & against the threats of intervention by US/France & their regional puppets!
— Manolo De Los Santos (@manolo_realengo) August 3, 2023
The people of Niger have spoken: No more Foreign bases! No more poverty in a rich land! pic.twitter.com/jpxh0KgLnI
Lembrando que o prazo dado à junta termina amanhã, Colonna disse: “Os nigerinos têm até amanhã para desistir dessa aventura pessoal”. ela disse.
Lembrando que os Chefes de Estado-Maior dos países da CEDEAO concordaram ontem com um possível plano de intervenção militar, Colonna expressou que quer acreditar que o bom senso prevalecerá para os nigerinos.
“Soldados franceses deixando o Níger não está na agenda”
Quando perguntado se a França apoiaria a intervenção militar da CEDEAO, a ministra Colonna disse: “Não estamos nessa fase. Cabe aos líderes dos países da região decidir sobre a intervenção e determinar o quadro desta intervenção. ” disse.
Colonna também reiterou que não faz sentido para os nigerinos rescindirem os acordos militares com a França, que tem bases militares, e de exploração no país, e observou que eles só reconhecem as decisões tomadas pelo governo legítimo e leal a França, que segundo ela, chegou ao poder por meios legais.
Sobre a situação de cerca de 1.500 soldados franceses atuando no Níger, Colonna disse: “A saída desses soldados franceses do Níger não está na ordem do dia. Os soldados franceses estão no Níger no âmbito dos acordos assinados com as autoridades “legítimas” do Níger. Para nós , a situação está calma por enquanto – fez sua avaliação.
Pelas ruas do país, percebe-se o apoio da população aos militares no novo governo, além do explicito apoio de países vizinhos, como o Mali e Burkina Faso, que adiantam que pegarão em armas, caso o país -irmão, o Niger, venha a ser atacado por forças invasoras.
