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Achismo 2.0: Por que Precisamos Superar Essa Tendência – Por Dr. Paulo Siuves

É essencial reconhecer que o combate ao achismo não é uma tarefa individual, mas sim
uma responsabilidade compartilhada por todos nós


Em um mundo digital hiperconectado, onde todos têm uma plataforma para expressar
suas ideias, o achismo floresce como uma erva daninha. Nas redes sociais, somos
bombardeados por opiniões apressadas, diagnósticos médicos informais, análises
políticas apaixonadas e opiniões de peritos em segurança pública bem superficiais. Mas
por que essa tendência persiste? Por que tantos se autoproclamam especialistas sem
qualquer base sólida? Sem demagogia, vamos mergulhar fundo no fenômeno do
achismo 2.0, explorando suas raízes, consequências e, o mais importante, como
podemos superá-lo. Prepare-se para uma jornada de reflexão crítica e descoberta.
De acordo com Miguel Beirão 1 , Consultor IHTP Desenvolvimento de Negócios,


“O achismo é uma prática recorrente nos dias atuais. Trata-se de uma tendência em
avaliar situações ou emitir afirmações baseadas apenas na opinião pessoal, sem
explicação, motivo ou fundamento”.

O achismo, caracterizado pela formulação de
opiniões desprovidas de embasamento e fundamentação sólida, tornou-se uma prática
generalizada nas plataformas digitais, o achismo se manifesta quando pessoas se
intrometem em assuntos alheios, oferecendo opiniões não solicitadas. Desde
comentários superficiais sobre assuntos complexos até diagnósticos médicos informais,
indivíduos sem qualificação alguma assumem o papel de “achólogos”, disseminando
ideias sem respaldo factual.
No contexto das redes sociais, por exemplo, alguém compartilha uma ocorrência
policial, e logo aparece alguém afirmando que a polícia agiu errado, como se fosse um
especialista no assunto. Esses indivíduos são verdadeiros achólogos, emitindo juízos
sem embasamento real. Da mesma forma, quando se trata de temas médicos, logo
surgem os formados em “Ciência Achológica Aleatórea”. Eles opinam sobre questões
médicas nas redes sociais, mesmo quando ninguém pediu sua opinião. Essas pessoas
frequentam seus cursos superficiais arranjando diplomas e certificados obtidos em
plataformas de estudos como Facebook ou Instagram, e às vezes alternam entre ambas.
Além disso, costumam compartilhar seus artigos em grupos de WhatsApp e frequentar
cursos de especialização no “X”, antigo Twitter (que pode ser qualquer área).
No entanto, é importante lembrar que o achismo é uma abordagem extremamente
chata para quem lê os textos ou ouve os áudios dos filósofos e sábios mestres
achólotras. Em um mundo competitivo, postar conhecimentos com base em “achismos”
pode ser catastrófico. Portanto, ao invés de “achar”, vamos comunicar com confiança,
usando termos como “tenho certeza” e “de acordo com o artigo tal”. Assim, evitaremos
o sucesso das fake news e construiremos relações mais sustentáveis e orientadas ao
crescimento.
Achismo na Política e a Paixão Desmedida
Quando se trata de política, o achismo atinge proporções ainda maiores. As redes
sociais se tornam verdadeiros campos de batalha ideológica, onde cada indivíduo se
posiciona como um especialista em questões políticas, econômicas e sociais. A paixão
aflora, e a busca pela verdade absoluta se sobrepõe à busca pelo entendimento mútuo.


1 IHTP. Achismo ou Achologia: a Ciência da Quase Certeza… ou Não! Disponível em:
<https://blog.ihavethepower.net/desenvolvimento-de-negocios/achismo-achologia-ciencia-quase-
certeza/>.

A Síndrome do Especialista de Sofá surge nas rodas de conversa e nas redes
sociais, onde todos parecem ter um diploma em Ciências Políticas, Economia ou
Sociologia. Os formados em “Ciência Achológica Política” emergem, prontos para dar
lições de moral e apontar erros nos argumentos alheios. A frase clássica é: “Eu acho que
você deveria se informar mais sobre esse assunto para vir debater comigo!”. Esses
“especialistas” frequentemente ignoram nuances, contextos históricos e complexidades
das questões políticas. Suas opiniões são baseadas em manchetes, memes, discursos
inflamados em canais de YouTube que falam o que eles querem ouvir.
A Busca Pela Verdade Absoluta é alimentada pela crença de que existe uma
verdade única e incontestável. Quem discorda é automaticamente rotulado como
ignorante, alienado ou manipulado. A paixão pela própria visão política muitas vezes
impede a escuta atenta e a consideração de outras perspectivas.
O Dilema da Polarização política nas redes sociais cria um ambiente hostil até
nas rodas de conversas presenciais. As pessoas se agrupam em bolhas de opinião, onde
o achismo é reforçado e a divergência é vista como ameaça. A busca por fanpages com
milhões de curtidas, diversas vezes compartilhadas e com a validação social igual à que
o achólogo prega é muitas vezes exatamente a busca pela verdade própria.
Para combater o Achismo Político, é essencial promover a Educação Cívica.
Conhecer os processos democráticos, os sistemas de governo e os direitos civis ajuda a
formar opiniões embasadas. A Escuta Empática é fundamental: em vez de impor
opiniões, ouça com empatia. Entenda as motivações e experiências dos outros. Verificar
informações em fontes confiáveis antes de compartilhar e evitar disseminar fake news é
crucial. Além disso, o respeito ao Debate é essencial: aceite que existem diferentes
perspectivas. O debate saudável é construtivo, mas a arrogância é um atestado de
estagnação do progresso intelectual e uma barreira para o coletivo, e a falta de
consideração pelas diversas perspectivas que enriquecem a discussão política não leva a
lugar algum.
Em conclusão, ao invés de se considerar um especialista infalível, vamos admitir
que todos temos muito a aprender. A humildade é a chave para um diálogo político mais
produtivo.
Compreendendo a importância da calma, uma pessoa sábia opta por manter-se em
silêncio diante de provocações. Isso acontece porque aqueles que agem de maneira
desrespeitosa muitas vezes se consideram sábios, exibindo sua arrogância.
Em resumo, a verdadeira nobreza é encontrada no silêncio e no ignorar o embate,
evitando desperdiçar energia como quem lança pérolas aos porcos.
verdadeira nobreza e sabedoria são encontradas na capacidade de manter o silêncio
diante das provocações e na disposição de ignorar o conflito, evitando assim o
desperdício de energia em confrontos infrutíferos. É inútil e até prejudicial tentar
argumentar ou debater com aqueles que não valorizam ou compreendem a serenidade e
a verdadeira sabedoria.


Como Podemos Combater o Achismo?

O combate ao achismo nas redes sociais é fundamental para promover um
ambiente mais informado e respeitoso. Aqui estão algumas estratégias que podem
ajudar:
1) Educação e Conscientização:
a. Promova a educação sobre o tema, incentivando as pessoas a buscarem
informações antes de emitirem opiniões.
b. Compartilhe conteúdo relevante e baseado em fatos para combater ideias
infundadas.
c. Promoção do Diálogo Construtivo:
d. Incentive discussões saudáveis e respeitosas nos ambientes das redes
sociais.
e. Evite alimentar polêmicas e ataques pessoais, esse desgaste é totalmente
desnecessário.
2) Verificação de Fontes:
a. Antes de compartilhar informações, verifique a fonte e a credibilidade.
Compare com as informações de espectros diferentes para ter uma
melhor compreensão do que está sendo falado a respeito do assunto antes
de se posicionar de modo apaixonado.
b. Evite disseminar notícias falsas ou teorias da conspiração. O mundo já
está complicado demais para que pessoas repliquem mentiras e
conspirações de fácil desconstrução.

3) Empatia e Respeito:
a. Lembre-se de que todos têm direito a sua opinião, mas é importante
expressá-la com respeito. Não adianta nada querer mudar a opinião do
outro na base do grito, ou do desrespeito. Achincalhar o próximo não vai
te fazer crescer como pessoa, ao contrário, vai revelar a sua mente
mesquinha, por mais inteligente que você possa ser.
b. Ouça diferentes perspectivas e esteja aberto ao aprendizado. Afinal de
contas, ninguém é dono da verdade, e, em se tratando de informações
voláteis como as de hoje em dia, algo pode se manifestar como engano
facilmente.
4) Bloqueio e Ignorância:
a. Se alguém está constantemente propagando achismos, considere
bloquear ou ignorar essa pessoa. Ninguém é
b. Não se sinta obrigado a debater com quem não está disposto a ouvir
argumentos embasados. E se esse alguém estiver apresentando
embasamento em fontes questionáveis ou extremistas, desconsidere,
ignore-o e não se nivele.
5) Promoção de Conteúdo Informado:
a. Compartilhe artigos, pesquisas e informações relevantes para combater o
achismo. Principalmente, nesse momento de extremismos políticos e
esportivos, ofereça outra fonte de informações e aguarde a resposta do
achólogo.

b. Seja um agente de mudança, disseminando conhecimento, empatia, paz e
boas energias. O sábio permanece calado diante do desaforo, pois o
desaforado sempre tentará se colocar como sábio.

É essencial reconhecer que o combate ao achismo não é uma tarefa individual, mas sim
uma responsabilidade compartilhada por todos nós. Ao unirmos nossos esforços e
comprometermo-nos com a promoção da informação e do respeito mútuo, podemos
construir um ambiente social, tanto online quanto presencial, mais saudável, inclusivo e
enriquecedor. Cada um de nós tem um papel a desempenhar na criação de uma cultura
de diálogo construtivo e discernimento crítico. Juntos, podemos fazer a diferença e
promover uma sociedade onde a verdade e a sabedoria sejam valorizadas.

As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do Jornal Clarín Brasil – JCB News, sendo elas de inteira responsabilidade e posicionamento dos autores”

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