Rogério Salgado não é apenas um poeta; ele é um defensor incansável da literatura e da cultura. Ele acredita que a literatura pertence a todos e tem o poder de unir as pessoas, independentemente de suas origens ou circunstâncias.
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 04/05/24
O Legado de Rogério Salgado em “Volúvel Fado”
Por Dr. Paulo Siuves
Cada lágrima que me choro pra dentro/sai de mim salgada nos versos/que escrevo no branco do papel/pois os versos são eu/poesia verdadeira a quem queira ler/poesia verdadeira a quem a recusar/minha palavra é o que digo, sempre/na hora de versejar. Assim termina o livro “Volúvel Fado”, de Rogério Salgado.
Tive o privilégio de comparecer ao lançamento em 6 de janeiro de 2021, o primeiro evento literário daquele ano para mim. Encontrei amigos e adquiri um exemplar autografado pelo autor. Rogério é ainda tão simpático quanto o conheci há alguns anos, embora eu não consiga determinar exatamente quantos. Lembro-me de encontrá-lo na rua São Paulo, próximo ao shopping Cidade, em uma lanchonete.
Cumprimentei-o meio hesitante, esperando uma resposta fria, mas para minha surpresa, ele me reconheceu e engatamos uma conversa. Artistas muitas vezes são distantes e reservados, mas não Rogério. Ele compartilhou comigo algumas dicas sobre atividades culturais na cidade, a maioria relacionada à literatura e ao cinema, e eu as anotei mentalmente para conferir com minha esposa depois.
Eu já havia assistido ao “Belô Poético, Encontro Nacional de Poesia“, no Teatro da Assembleia, mas nunca havia chegado tão perto dele. No final do evento, em um momento tumultuado, decidi ir embora, mas a vontade de cumprimentá-lo e a Virgilene, sua esposa, era enorme. Conversar com ele na rua São Paulo foi um presente.
Depois de alguns encontros, veio o Sarau Feira de Poesias, no Centro Cultural Padre Eustáquio, um projeto proposto por mim e implementado por Márcia Araújo e eu. Felizmente, Márcia é uma grande amiga de Rogério e, quando não pude mais liderar o Sarau devido ao início das aulas na faculdade, Rogério assumiu as atividades.
Poetas de toda a grande BH viriam participar daquela roda de poesia e música, um privilégio inexplicável. Eu criei um projeto, e Rogério Salgado o levou adiante, para que não parasse! Agora, vamos falar sobre o que ele escreve.
Li “AI-5“, livro que tem como co-autores a grandiosa Bilá Bernardes, a saudosa Helenice Maria Reis Rocha, meu amigo Irineu Baroni e o chiquérrimo Petrônio Souza Gonçalves. Li “Poeta Ativista” e, posteriormente, participei da coletânea organizada por ele, a coletânea “Poetas em Cena“.
Fui percebendo que o nome de Rogério Salgado aparecia em todas as pesquisas que fiz sobre literatura popular promovida na grande BH. “Poesia Na Praça Sete”, “In/Sacando a Poesia”, “Sarau da Lagoa do Nado”, e outros projetos que ele prefere não reivindicar a autoria, entendendo que a literatura não pertence a uma só pessoa, mas a todos da sociedade.
Voltando ao livro “Volúvel Fado”, uma celebração de 45 anos de carreira de Rogério Salgado. Este é mais do que apenas um livro; é uma compilação de suas obras mais significativas, um testemunho de sua jornada como poeta e ativista cultural.
Rogério Salgado não é apenas um poeta; ele é um defensor incansável da literatura e da cultura. Ele acredita que a literatura pertence a todos e tem o poder de unir as pessoas, independentemente de suas origens ou circunstâncias. É essa crença que o levou a iniciar e apoiar vários projetos culturais em Belo Horizonte.
“Volúvel Fado” é um reflexo dessa crença. Cada poema é um convite para o leitor entrar no mundo de Rogério Salgado, experimentando a beleza e a complexidade da vida através de suas palavras. Mas mais do que isso, é um convite para se juntar a ele em sua missão de promover a literatura e a cultura, usando a poesia como uma ferramenta para unir as pessoas e promover a compreensão mútua.
Ao celebrarmos, naquele ano, os 45 anos de carreira de Rogério Salgado, não estávamos apenas celebrando suas realizações como poeta. Estávamos celebrando sua contribuição para a cultura de Belo Horizonte, sua dedicação à literatura e seu compromisso inabalável com a promoção da arte e da cultura. E, acima de tudo, estávamos celebrando sua crença inabalável no poder da literatura para unir as pessoas e promover a compreensão mútua.
“Volúvel Fado” é mais do que apenas um livro; é um testemunho do poder da literatura e da paixão de um homem pela cultura. E é por isso que, mesmo após 48 anos, a voz de Rogério Salgado continua a ressoar, sua poesia continua a inspirar, e seu legado continua a viver em cada página de “Volúvel Fado”. Vida longa à Rogério Salgado!
O Dr. Paulo Siuves nasceu em julho de 1971 na cidade de Contagem, Minas Gerais, e é bacharel em Letras pela UFMG. Além disso, ele é autor de dois livros e organizador de coletâneas. Atua como servidor público municipal e faz parte da Banda de Música da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte. Paulo Siuves é colunista nos jornais; Jornal Clarin Brasil e Cultural Rol. Ele possui um Ph.I. em Filosofia Universal e um Dr.H.C. em literatura. Paulo Siuves é ex-presidente e membro fundador da Academia Mineira de Belas Artes (AMBA) e também é membro da Academia de Letras do Brasil nas seccionais Suíça, Minas Gerais (RMBH) e Campos dos Goytacazes/RJ, além de pertencer a muitas outras academias.
As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do Jornal Clarín Brasil – JCB News, sendo elas de inteira responsabilidade e posicionamento dos autores”
Assim agradável ler estas linhas do escritor Paulo Siuves dedicadas ao Escrito Rogério Salgado, um poeta de alma pura que deixa em seus versos a vontade de também escrever e deixar que as palavras caem como orvalhos nas madrugadas . volúvel Fado, um livro sensível com poemas que acalmam a gente e nos faz sonhar .
Parabéns ao poeta Siuves pelas belas formas de aqui definir um pouco da vida e obra desse grande escritor que estimo muito, aliás são dois amigos que conquistei pela vida .