Kawara foi presa por stalking depois de perseguir durante cinco anos um médico e sua família, em Minas Gerais
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 23/05/24
Investigadores da Polícia Civil concluíram que a stalker de um médico que foi presa em Uberlândia (MG) chegou a usar mais de dois mil números de celulares diferentes a fim de contatar o homem. Segundo a apuração, os números eram de alunos da rede municipal de Ituiutaba e faziam parte de um programa da prefeitura para disponibilizar tablet e conexão com internet aos estudantes.
– Os números utilizados pela mulher [Kawara Welch, de 23 anos] para disparar essas mensagens faziam parte desse programa municipal dos tablets que foram disponibilizados pela prefeitura. Então entendemos que ou ela tinha uma ajuda de um hacker ou ela tinha especialização para isso sozinha – ponderou o delegado Rafael Faria, em entrevista à TV Globo.
Os tablets e chips foram distribuídos para os alunos durante a pandemia de Covid-19, a fim de possibilitar o acesso às aulas remotas. Para a prefeitura de Ituiutaba, Kawara usou um software para clonar números de telefone.
Os advogados da mulher negaram as acusações e disseram que sua cliente não possui conhecimento tecnológico suficiente para realizar as clonagens.
ENTENDA
Kawara foi presa por stalking depois de perseguir durante cinco anos um médico e sua família, em Minas Gerais. A jovem de 23 anos estava foragida desde março do ano passado e foi presa no último dia 8, em uma universidade de Uberlândia, onde cursava Nutrição. Ela também foi acusada de furto, ameaça e extorsão.
A suspeita era paciente do médico e, em 2019, teria começado a persegui-lo, alegando estar apaixonada por ele, segundo a denúncia. A jovem foi excluída da lista de pacientes pelo médico, mas as perseguições não cessaram. Como ele resistiu ao assédio, ela passou a fazer ameaças e começou a ligar para familiares do profissional.
O médico e sua mulher registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação do sossego, lesão corporal, ameaça e extorsão.
A defesa de Kawara disse que o médico e sua cliente tiveram um relacionamento e que ela apenas buscava manter a relação. A defesa negou os crimes imputados à mulher. Já o advogado do médico disse que jamais houve relacionamento entre eles e, ainda que houvesse, não justificaria a conduta da acusada.