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Desempenho e Perspectivas Macroeconômicas Africanas de 2024

De acordo com o último relátorio do Banco Africano de Desenvolvimento, as
perspectivas Macroeconômicas Africanas mostram que, a África terá onze das 20
economias de crescimento mais rápido do mundo em 2024
.

Na última sexta-feira (07/06), a convite do Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras (CONSCRE) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), o internacionalista e atual Assessor Comercial do Escritório Comercial da Malásia no Brasil, Sr. Kossi Telou, ministrou uma palestra, onde explicou as perspectivasmaroeconômicas do continente africano para os dias atuais.

O continente africano, como é de conhecimento de todos, sendo um dos mais ricos em recursos minerais, extensões territoriais, terras aráveis, e força de trabalho, desde tempos remotos, ocupa as atenções de países estrangeiros, que carecem dessess recursos para suas sobrevivências, o que obriga-os nestes tempos globalizados, a trabalharem e desenvolverem justas relações comerciais com estes países. A constatação de tais afirmações, confirmam-se facilmente, quando, em qualquer ferramenta de informação, sejam em mídias, televisiva, digital, ou escrita, diriamente se noticiam os acontecimentos que envolvem os países africanos e suas relações internacionais.

O Brasil, sendo também de suma importância no cenário global, exercendo fundamental protagonismo nas relações comerciais internacionais, sendo um dos pilares do BRICS, bloco que vem revolucionando e redesenhando os papéis deste cenário, atento a essas movimentações, busca também se aprofundar nos detalhes que envolvem os índices ecônomicos e gráficos da evolução da Africa, por sua vez através da ALESP, se prontificou a convidar o palestrante, que expôs com maestria a realidade da situação e posição africana, apontando o potencial de negócios, e indicando os possíveis caminhos com as seguintes orientações;

A África domina a lista das 20 economias com o crescimento mais rápido do
mundo em 2024.

De acordo com o último relátorio do Banco Africano de Desenvolvimento, as
perspectivas Macroeconômicas Africanas mostram que, a África terá onze das 20
economias de crescimento mais rápido do mundo em 2024.

Globalmente, o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do continente africano
deverá atingir uma média de 3,8% e 4,2% em 2024 e 2025, respectivamente.
Este crescimento é superior às médias globais previstas de 2,9% e 3,2%,
segundo o relatório. O continente deverá continuar a ser a região com o
crescimento mais rápido, seguido pela Ásia.
Apesar do ambiente econômico global e regional difícil, 15 países africanos
registaram uma expansão da produção superior a 5%.

Os 11 principais países africanos que deverão registar um forte
desempenho econômico são:

  • Níger (11,2%),
  • Senegal (8,2%),
  • Líbia (7,9%),
  • Ruanda (7,2%),
  • Costa do Marfim (6,8%),
  • Etiópia (6,7%),
  • Benim (6,4%),
  • Djibuti (6,2%),
  • Tanzânia (6,1%),
  • Togo (6%)
  • Uganda (6%).

Panorama das perspetivas econômicas nas regiões

Não obstante a confluência de choques, a resiliência das economias do
continente continua a ser forte, prevendo-se um crescimento positivo para as
cinco regiões do continente africano.

África Oriental: A África Oriental continuará a liderar a dinâmica de
crescimento da África, prevendo-se que o crescimento aumente para 5,1% em
2024 e 5,7% em 2025, apoiado por fortes investimentos estratégicos para
melhorar a conectividade interna e aprofundar o comércio intrarregional.

Norte da África: As sucessivas condições meteorológicas adversas e os
desafios macroeconómicos manterão o crescimento da região estável em 3,9%
em 2024, com uma ligeira melhoria para 4,1% em 2025.

África Central: Prevê-se uma moderação do crescimento para 3,5% em 2024,
mas a recuperação prevista do consumo privado e o aumento do investimento
no setor mineiro e das exportações poderão ajudar a impulsionar o crescimento
para 4,1% em 2025.

África Austral: O crescimento manter-se-á lento, 2,2% e 2,6% em 2024 e
2025, respetivamente. Esta situação reflete a persistente fraqueza econômica
na África do Sul, a maior economia da região.

África Ocidental: Prevê-se que o crescimento aumente para 4% e 4,4% em
2024 e 2025, respetivamente. Prevê-se também que o forte crescimento na
maioria dos países da região compense os abrandamentos na Nigéria e no
Gana. A anunciada retirada do Burkina Faso, do Mali e do Níger da
Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) lança
uma sombra sobre a sustentabilidade dos ganhos num contexto de crescente
incerteza.

Os Desafios atuais dos países africanos
Apesar do ambiente econômico global e regional difícil, 15 países africanos
registraram uma expansão da produção superior a 5%”.
Para impulsionar e sustentar esse crescimento, o continente africano vai
precisar infrentar desafios, como:

  • Fortes Inflações
  • Reparação pos-pandemia
  • Crises políticas
  • Reconfiguração da geopolítica global
  • o aumento das tensões geopolíticas, a intensificação dos conflitos regionais e a instabilidade política.
  • Aumento da incerteza da economia mundial
  • Choques climáticos
  • Déficit Energético
  • Déficit orçamentário


Média de 6,9% de 2020
Média em 4,9% em 2022 – 2023
Com a economia mundial mergulhada na incerteza, as situações orçamentais
no continente africano continuarão a ser vulneráveis aos choques globais.


Reestruturação da dívida externa

Com as taxas de juro globais mais elevadas, novembro do ano passado, 21
países africanos corriam um risco elevado de sobre-endividamento ou já se
encontravam em situação de sobre-endividamento. Os spreads (refere-se à diferença entre o menor preço de venda e o maior preço de compra de uma ação), soberanos
diminuíram desde o início de 2023, mas é provável que os custos de
empréstimos permaneçam elevados, apesar dos cortes planejados para as
taxas na Europa e nos Estados Unidos.

Importantes riscos negativos

  • Persistência da inflação
  • Aumento das tensões geopolíticas
  • Perturbação dos fluxos comerciais e de investimento
  • Aumento dos preços dos produtos alimentares e das matérias-primas
  • Atraso da flexibilização das condições monetárias
  • Comprometimento da consolidação orçamentária
  • Aumento das despesas com a defesa (desviando recursos do desenvolvimento e do apoio social).

Impulsionar o crescimento de África exige políticas arrojadas, tais como;

  • Combater a inflação persistente
  • Adoção de política monetária restritiva
  • Consolidação orçamentário
  • Taxas de câmbio estáveis
  • Eeformas estruturais
  • Investimento em projetos de infraestruturas e nos setores chaves
  • Implementar políticas industriais e estratégicas 
  • A diversificação económica
  • Substituição das importações pelas exportações
  • Reforçar a transformação estrutural
  • Investimento no capital humano
  • Investir em políticas públicas destinadas a consolidar as posições fiscais e a inverter o aumento do custo de vida e a impulsionar o consumoprivado.
  • Digitalizar e simplificar os sistemas de administração fiscal e formalizar a economia informal
  • Reforçar a governança
  • Institucionalizar a capacidade de gestão da dívida
  • Altamente desejáveis reformas na arquitetura financeira global
  • Criar resiliência para resistir a choques e impulsionar o crescimento

O que África precisa fazer
1– Aumentar os investimentos através dos recursos internos
O desenvolvimento ds mercados de capitais locais contribuirá muito para a
mobilização de capital nacional para satisfazer as necessidades crescentes de
despesa dos países
2– Reequilibrar os empréstimos externos e internos
O aumento dos custos do serviço da dívida para muitos países, agravado pela
desvalorização de várias moedas locais, exige que seja alcançado um
equilíbrio razoável entre os empréstimos externos e internos, especialmente
com uma maior ênfase nos empréstimos em moedas locais para mitigar os
riscos cambiais crescentes.
3– Aumentar as arrecadações púbicas
Os países precisam de fazer um melhor trabalho na gestão e obtenção de
maiores receitas dos seus enormes recursos naturais, através de uma melhor
governação, transparência, evitando preços de transferência e assegurando
que é gerado um valor adequado a partir de royalties e impostos.
4– Utilização de capital híbrido
O reencaminhamento dos Direitos Especiais de Saque (SDR) para o Banco
Africano de Desenvolvimento, para utilização como capital híbrido, pode
aumentar os SDR até 4 vezes. Uma recanalização de 5 mil milhões de SDR
dos países ricos em SDR para o Banco Africano de Desenvolvimento pode
proporcionar 20 bilhões de dólares de financiamento adicional a longo
prazo e com juros baixos para apoiar a revitalização das economias africanas.
5– A integração econômica do continente
As economias africanas não são competitivas no mercado global. Um mercado
de comércio interno africano saudável pode garantir o valor acrescentado e a
produção intra-africana de produtos manufaturados.
6– Aumentar a confiança do mercado africano
7– Financiamento a longo prazo a preços acessíveis
O desenvolvimento a longo prazo não pode basear-se em empréstimos a curto
prazo. Os empréstimos a África deveriam ser de, pelo menos, 25 anos ou mais.

8– Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Reforçar a atuação do Banco
Africano de Desenvolvimento com mais recursos para satisfazer as
necessidades de financiamento de África.

Ao término da palestras, percebeu-se que muitas dúvidas foram dirimidas, e novos sentimentos e olhares voltaram-se para a Africa e seu potencial. Ficou claro por parte de muitos participantes, que necessitam deste olhar necessário para o presente, e obrigatoriamente para o futuro, que no continente africano, é a “bola da vez”, à partir de hoje, e por muitos décadas futuras, e os países, ou instituições corporaivas que não se alinharem a esta realidade estará sim, perdendo o “trem da história”.

Segue contatos do Sr. Kossi Telou

https://www.linkedin.com/in/kossi-telou-6024a1159/
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