O grupo militante palestino acusou Israel de matar seu líder político e disse que esta “grave escalada” não ficará sem resposta
Jornal Clarín Brasil – Belo Horizonte 31/07/2024
O chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto na capital iraniana, Teerã, disse o grupo militante palestino Hamas na quarta-feira. A Guarda Revolucionária do Irã disse que ele foi alvejado em sua residência enquanto visitava o Irã para comparecer à posse do presidente Masoud Pezeshkian.
O alto funcionário do Hamas Sami Abu Zuhri acusou Israel do assassinato e o chamou de “uma grave escalada” em um comentário à Reuters. Israel ainda não comentou sobre o assassinato.
O ataque ocorreu menos de um dia após Israel atacar a capital libanesa, Beirute, no que suas forças disseram ter sido um ataque direcionado ao comandante do Hezbollah, Fuad Shukr.
Last picture of Ismail Haniyeh with his spouse. 💔🇵🇸 pic.twitter.com/8HSSJrwSqn
— Syeda Aiman Zahra 🍁 (@SyedaaAiman) July 31, 2024
Israel prometeu eliminar Haniyeh e outros líderes do Hamas em resposta ao ataque do grupo em 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos e fez cerca de 250 reféns.
- 31 de julho de 2024 – O Ministério das Relações Exteriores turco descreveu o assassinato de Haniyeh como “desprezível” e aparentemente culpou Israel pelo ato. O ministério sugeriu que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu não tinha “nenhuma intenção de alcançar a paz” e alertou que a região poderia em breve enfrentar um conflito muito maior, a menos que o mundo tome medidas para “parar Israel”.
- A Jordânia condenou o assassinato de Haniyeh em Teerã, com o Ministério das Relações Exteriores do país chamando-o de “violação do direito internacional e do direito internacional humanitário”. Ele acrescentou que o assassinato foi um “crime de escalada que levará a mais tensão e caos na região”.
- O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou aos ministros israelenses que não comentem sobre o assassinato de Haniyeh, de acordo com o meio de comunicação israelense KAN
- O presidente iraniano Masoud Pezeshkian declarou que o país “defenderá sua integridade territorial, dignidade, honra e orgulho, e fará com que os ocupantes terroristas se arrependam de seu ato covarde”, informou a mídia local.
- Haniyeh foi morto por um “projétil guiado por via aérea” que atingiu uma residência para veteranos militares no norte de Teerã, de acordo com a mídia iraniana. O ataque teria ocorrido por volta das 2h da manhã, horário local.
- O Ministério das Relações Exteriores do Catar condenou “nos termos mais fortes” o assassinato de Haniyeh, acusando Israel de “comportamento imprudente… de continuamente atacar civis em Gaza”, o que “levará a região a mergulhar no caos e prejudicará as chances de paz”.
- Em março, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que as forças israelenses mataram um “número quatro” no Hamas, e que é apenas uma questão de tempo até que outros líderes de grupo tenham o mesmo destino. Ele provavelmente estava se referindo a Saleh al-Arouri, que foi morto em um ataque aéreo na capital libanesa, Beirute, no início de janeiro. Em sua declaração, o primeiro-ministro “aparentemente” confirmou que seu país estava por trás do assassinato de al-Arouri, escreveu o jornal The Times of Israel.
- O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, acredita que o que aconteceu terá um impacto negativo nas negociações para encerrar as hostilidades em Gaza.“Este é um assassinato político absolutamente inaceitável e levará a uma maior escalada de tensões”, disse ele à RIA Novosti.
- O presidente palestino Mahmoud Abbas descreveu o assassinato como “um ato covarde e um acontecimento perigoso”, de acordo com uma declaração da agência de notícias Wafa.
- Haniyeh era o chefe político exilado do Hamas; ele estava vivendo no Catar. Ele era o rosto das tentativas do grupo militante de diplomacia internacional e liderou esforços para negociar o cessar-fogo durante a guerra de Israel em Gaza. Ele é o oficial mais sênior do Hamas a ser morto desde o início do conflito.