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Marçal está fora do páreo: Nunes e Boulos vão disputar 2º turno em São Paulo

Com 99% das urnas apuradas, Nunes tinha 29,49% dos votos, enquanto Boulos somava 29,04%. Os dois desbancaram o empresário Pablo Marçal (PRTB), que marcava 28,14%, em terceiro lugar

São Paulo — O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) vão disputar o segundo turno da eleição à Prefeitura de São Paulo, que ocorre no dia 27 de outubro. Os resultados foram divulgados na noite deste domingo (6/10) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Com 99% das urnas apuradas, Nunes tinha 29,49% dos votos, enquanto Boulos somava 29,04%. Os dois desbancaram o empresário Pablo Marçal (PRTB), que marcava 28,14%, em terceiro lugar, na disputa para prefeito da capital paulista mais acirrada desde 1985, ano da primeira eleição direta pós ditadura militar.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB) ficou em quarto, com 9,93%, enquanto que o apresentador José Luiz Datena (PSDB) não conseguiu ultrapassar a marca dos 2% — tinha 1,84% —, no pior desempenho de um tucano na história das eleições paulistanas. Atrás dele, Marina Helena (Novo) somava 1,38%.

Nunes se manteve na frente durante toda a apuração. Boulos largou em terceiro lugar e ultrapassou Marçal quando havia 30,69% das urnas apuradas. A disputa pela liderança chegou a ficar bem apertada e, com 47,7% de apuração, a diferença entre o atual prefeito e o candidato do PSol era de apenas 1.716 votos.

No final, cada um dos três candidatos teve mais de 1,7 milhão de votos.

Campanha agressiva
A campanha foi a mais bélica da história recente da política paulistana. Marcada por ofensas pessoais em série, agressões físicas em debates e acusações de corrupção, ligação com o tráfico e até de uso de drogas, a disputa contou com o uso sistemático das redes sociais, reverberou em batalhas jurídicas e colocou à prova a influência de padrinhos políticos e de grandes alianças partidárias.

Pablo Marçal foi a grande surpresa da eleição deste ano, quando protagonizou diversas polêmicas – Imagem: Reprodução

A corrida eleitoral começou com os nomes apoiados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à frente nas pesquisas eleitorais. O deputado federal Guilherme Boulos (PSol), aliado do petista, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que atraiu o clã bolsonarista, lideravam os levantamentos e apostavam na polarização esquerda versus direita para chegar ao segundo turno, em uma espécie de recall das eleições de 2022.

A cena da provocação com a certeira de trabalho para Boulos se transformou em “Memes” nas redes sociais – Imagem: Reprodução

Durante meses, o atual prefeito e candidato à reeleição costurou uma extensa coligação partidária com o objetivo de impedir uma candidatura genuinamente bolsonarista e embarcar na eleição como o nome “consensual” da direita para derrotar Boulos, em uma espécie de “frente ampla” contra o que ele chama de “extrema esquerda”.

A cadeirada recebida por Datena, também ficará na história dessa corrida eleitoral, como uma das cenas mais bizarras das eleições recentes – Imagem: Cultura

A articulação rendeu frutos: o emedebista conseguiu evitar as candidaturas de Ricardo Salles (então no PL) e Kim Kataguiri (União Brasil), e garantiu uma aliança com 12 partidos, o que lhe rendeu mais de 60% do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV. O prefeito também recebeu o apoio oficial de Bolsonaro, que indicou seu vice de chapa, o Coronel Mello Araújo (PL).

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