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Império do silêncio – Por Paulo Siuves

O reino silencial começou, o seu governo durará por um milênio

Império do silêncio

Paulo Siuves

Silêncio. O silêncio reina. O império do barulho ruiu, a conversação chegou ao seu final, a frase é estéril e o texto ineficaz para reverberar a fala. A palavra está ausente e a única coisa que se faz ouvir é o silêncio.

Silêncio nos jardins e nas escolas. O mercado inteiro em silêncio e as fábricas cessaram o seu frenético batido. As universidades só podem ensinar a arte do silêncio. Silêncio em todo canto, em toda casa, em cada esquina, em cada rua e avenida. Silêncio.

O império do silêncio vai durar por mil anos e as crianças sonharão com cantigas de roda. Velhos e crianças sonharão com canções de ninar. O som será esquecido nas mentes dos jovens e a música será proibida, esquecida, mancebos castos marcharão em fila calçados de algodão por decreto do tirânico silêncio.

Aparelhos de rádio e televisão estão confiscados, todos devem ser desligados e silenciados. Serão abolidos todos os instrumentos musicais, abominação é, todos deverão ser queimados, exterminados, foi decretado o extermínio de tudo o que pode produzir som.

Um milênio sob o governo do silêncio. O reino silencial começou, o seu governo durará por um milênio e os seus soldados amordaçaram a população. O verbo se retirou, a palavra falada não pode ficar. O reino inteiro sob silêncio, o império é do silêncio. A tirania e o medo fazem filhos. Malditos filhos. Filhos do maldito império do silêncio.

Paulo Siuves


Paulo Siuves é um dedicado defensor dos Direitos das Mulheres, reconhecido
internacionalmente como “Embaixador da Paz” por seus esforços. Com um sólido
histórico acadêmico e honrarias em Filosofia e Literatura, incluindo os títulos de Doutor
Honoris Causa, Paulo apoia e promove talentosas escritoras, contribuindo para um
cenário literário mais inclusivo e igualitário. Seu compromisso com a justiça social e a
igualdade de gênero é evidenciado por suas inúmeras qualificações, incluindo cursos de
formação em Direitos Humanos, e pelo reconhecimento com o Troféu Evita Perón,
concedido pelo Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires.

As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do Jornal Clarín Brasil – JCB News, sendo elas de inteira responsabilidade e posicionamento dos autores”

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