“Criem vergonha”

Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 08/03/25
Nesta quinta-feira, 6, o influenciador digital Thiago Torres postou uma mensagem em sua conta do Instagram que vem atraindo cada vez mais atenção. No vídeo publicado por Torres, ele é visto rasgando uma bandeira de Israel e depois a descartando em uma lixeira que havia sido pisoteada por ele.
O vídeo ilustra a ação do rapaz que diz ter ameaçado um grupo de pessoas que exibia a bandeira de Israel durante o Carnaval em Salvador. Torres escreveu: “Um grupo de israelenses tava levantando a bandeira desse Estado ass4ssino e rac1sta ontem aqui no carnaval de Salvador. Cheguei neles e falei que ou guardavam a porr4 da bandeira ou iam ficar sem ela. Tá aí o resultado”.
Influenciador pede para críticos: “Criem vergonha”
Logo depois, o influenciador adiciona um novo conteúdo em que ele critica, principalmente, aqueles que o estariam acusando de antissemitismo, que se refere à hostilidade, preconceito ou discriminação contra os judeus. Com isso, o jovem justificou sua ação.
“Para quem está me acusando de ‘antissemitismo’, criem vergonha na cara e deixem de ser desonestos”, afirmou Torres. “Criticar um Estado e suas políticas genocidas não tem absolutamente nada a ver com odiar algum povo ou grupo étnico-racial que viva sob esse Estado. Criticar o Estado brasileiro significa ser racista com o povo brasileiro, por acaso? Larguem de ser burros.”
No Instagram, Torres posta cinco fotos. Na primeira, ele é visto segurando uma bandeira e fazendo um gesto ofensivo logo após supostamente ter roubado o símbolo das pessoas que o exibiam entre os foliões. No segundo vídeo, da mesma maneira, ele apresenta essas pessoas agitando a bandeira, sugerindo que estava se aproximando delas para intimidá-las.
Em outro vídeo, Torres, com o apoio de um segundo indivíduo que mantém a bandeira, dilacera o pano utilizando uma chave. Nos vídeos 4 e 5, ele reencena notícias que responsabilizam Israel pela morte de milhares de palestinos, incluindo crianças. Veja no link a seguir:
O influenciador, que não quis dizer de que local falava, se negou a responder várias questões. “Não vou responder à maioria das perguntas porque sei que são maliciosas”. No entanto, ele reiterou sobretudo serem “desonestas” as acusações de que estaria cometendo antissemitismo.
Como foi a abordagem? Houve algum tipo de conflito?
Ocorreu uma discussão. Eles se comunicavam em inglês. Eu estava só, enquanto eles formavam um grupo de aproximadamente dez pessoas. Portanto, ao contrário do que se tem propagado, eles não estavam em perigo algum. Fui eu quem se colocou em risco. No entanto, vários desconhecidos ao meu redor me deram apoio, gritando “Fuck Israel, Free Palestine”, por exemplo.
A maioria das manifestações em seu perfil reprova a sua postura. O que você tem a dizer?

É plenamente legítimo que as pessoas discordem de mim e de minhas ações, entretanto, considero extremamente injusto ser acusado de antissemitismo. Em nenhum momento declarei que realizei qualquer ação motivada por eles serem supostamente judeus, pois claramente não foi essa a situação. Minha contestação é estritamente voltada ao Estado de Israel, seu governo e suas forças militares, que estão aniquilando o povo palestino. Um antigo parlamentar declarou no Instagram que serei processado. Enxergo isso como uma forma de assédio judicial. Estou ciente de que não cometi o que estão me atribuindo. No entanto, também estou ciente de que a Justiça nem sempre é equitativa e imparcial.
Você se arrepende do que fez em Salvador?
Não tenho remorsos. Erguer a bandeira de Israel atualmente simboliza endosso ao genocídio e ao “apartheid” que essa nação está executando na Palestina. Um emblema como esse não deve ser permitido em qualquer lugar, principalmente no Brasil, onde a Polícia Militar utiliza armas adquiridas do Exército de Israel para exterminar residentes de favelas.As informações são da Revista Oeste.