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Carnaval e maratonas – Por Angeli Rose

Então, como deu pra tudo isso?

Carnaval e maratonas


Angeli Rose

“ Não desejei,nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos”
(Simone de Beauvoir//Fernanda Montenegro)


Pensar nos 4 dias, com valor de uma semana,para desfrutar da folia,quer da avenida,quer de
rua, ou para maratonar uma boa série, ou ainda colocar em dia a leitura empilhada na mesinha
de cabeceira,pode ser uma boa oportunidade de regogizo.(Prefiro não lembrar daqueles que
escolhem andar de jet-ski).
Seja qual for a opção escolhida,se você estiver de folga e tiver esse privilégio,talvez se
surpreenda com os achados do caminho e do tempo,sem desprezar a cerimônia do Oscar,já
que o cinema brasileiro mais uma vez tinha chances de trazer ,no mínimo,1 estatueta para a
realidade do brasileiro,o que de fato aconteceu.
A vida presta,pelo menos em alguns momentos.
Fui totalmente sequestrada pela ideia de maratonar a série Yellowstone,série da
Paramount,protagonizada por Kevin Costner,também produtor executivo dela até a
5a.temporada.(Os demais dados e serviço do produto estão disponíveis na Wikipedia,por
exemplo).
Tal experiência de “maratonar” acontecera apenas 1 única vez anterior com “A amiga genial,”
série europeia que apresenta a saga de 2 amigas,baseada no romance homônimo de Helena
Ferrante.
Foi meio por acaso,despretensiosamente, que me deparei com o documentário sobre o
1o.parque nacional americano que posteriormente inspirou mais de 2mil nos EUA. Assistir a
Costner narrando sua visita ao que hoje é um parque, descortinando as razões principais para
aquela região ser nomeada de tal modo,vendo imagens cativantes de Ipês amarelos,lagos com
patos selvagens,lobos famintos,ursos assustadores,entre outras belezas,é surpreendente.
Por outro lado, antes que se tire qualquer conclusão precipitada sobre o ufanismo
americano,ou algum tom edificante que a belissima trilha sonora e música-tema na série
“Yellowstone” possam sugerir, o documentário homônimo dá a certa dimensão da violência
ocorrida sobre aquelas terras,assim como sobre os nativos.
Kevin segue um roteiro de vistante e pesquisador,pois joga com a linha do tempo, dando flash
de registros fotográficos dos antepassados daquela região, um pouco revelando que por baixo
da mansidão do parque houve um movimento dos novos habitantes lutando por posses e
poderes.Muitos “podres poderes” também.

Como dizia, despretensiosamente, escolhi a série, talvez pelo apelo do galã dos anos 90,agora
mais maduro,o sessentão Kelvin Costner.(Para a minha geração, “O Guarda-costas” é um
clássico americano na linha do drama romântico.)
No entanto, já havia assistido a “1923” e a “1883”, séries que retratam a mesma região e o
surgimento da cultura local e seu reconhecimento,a partir da família Dutton. A princípio, pensei
estar diante de um faroeste apenas ou da sua genealogia,porém,as atuações primorosas de
Helen Mirren e Harisson Ford(1923) e de Tim MacGraw e Sam Elliot(este também de “Nasce
uma estrela”)em 1883,por exemplo,me surpreenderam,confesso,por mais americanizada que
alguém possa dizer que voltei do Carnaval…
Então, aprender sobre as relações capitalistas na cultura rural americana, os latifúndios,a
relevância da terra para grupos sociais tão distintos como os nativos indígenas,sua
ancestralidade, a necessidade de criar um nova educação sobre os atores sociais da história
americana para além de Colombo,sobre os homens “brancos” ambiciosos,a virilidade
masculina acompanhada da força e potência de um feminino ousado e firme,cada qual em seu
contexto,foi algo que fez valer a pena a experiência imersiva – quase – porque a praia, Nana
Caymmi no som,os poemas de Carlos Henrique Costa e uma boa bateria do ‘Simpatia é quase
amor’ e da Banda de Ipanema, não puderam ser deixados de lado,assim como o desfile da
minha Mangueira do coração.(Mas sobre as demais escolhas,isto ficará para uma outra
semana)


Então, como deu pra tudo isso?
Dafé na voz encantatória de Nana já convocava:
“Se você gosta de samba
Vem correndo,vem sambar
Carnaval se faz presente
E a cuíca vai roncar…”
Até a próxima!

Angeli Rose é colunista de jornais digitais, Presidente do INSTITUTO
INTERNACIONAL CULTURA EM MOVIMENTO, fundadora do COLETIVO
MULHERES ARTISTAS, carioca, geminiana. Adora viajar, ler e praia.
Professora de Literatura, pesquisadora há mais de 25 anos. Recebeu
recentemente a Medalha de Reconhecimento Chiquinha Gonzaga da Câmara
Municipal do Rio de Janeiro, além de uma Moção de Aplausos e Louvor da
mesma “casa do povo”. Com alegria, é Embajadora Cultural das feiras virtuais
do livro, organizadas pela Confederación Del Libro Peru,entre outras atividades
e funções que exerce na cena cultural com espírito de colaboração.
@angeliroseescritora // [ http://lattes.cnpq.br/4872899612204008 ]

As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do Jornal Clarín Brasil – JCB News, sendo elas de inteira responsabilidade e posicionamento dos autores”

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