A Rússia criticou a UE por alertar os estados candidatos contra a participação nas celebrações da Segunda Guerra Mundial em 9 de maio
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 15/04/25
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse na terça-feira que as tentativas da UE de pressionar os países candidatos a não comparecerem ao 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial em Moscou equivalem a um renascimento do nazismo.
Na segunda-feira, a chefe de política externa do bloco, Kaja Kallas, alertou os líderes dos países-membros da UE e dos países candidatos contra a participação no evento na capital russa em 9 de maio. O diário britânico The Telegraph escreveu posteriormente que os países candidatos, como a Sérvia, poderiam ser impedidos de ingressar no bloco se seus líderes decidissem comparecer às comemorações do Dia da Vitória.
“Se isso for verdade, então o euro-nazismo está renascendo diante de nossos olhos”, escreveu Zakharova no Telegram, citando o artigo.
“Foi assim que os fascistas, há 80 anos, forçaram aqueles que consideravam ‘pessoas de segunda classe’ a renunciar à sua pátria, etnia e fé”, acrescentou a porta-voz.
O Telegraph escreveu que autoridades da UE alertaram o presidente sérvio Aleksandar Vucic, que indicou que compareceria ao desfile de 9 de maio, que a visita prejudicaria a adesão de seu país ao bloco.
A presença de Vucic no evento “teria um custo”, disse o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores da Estônia, Jonatan Vseviov, segundo o jornal. “A consequência é que eles não ingressarão na União Europeia.”
“Para nós, este será um teste decisivo. Basicamente, o que vamos analisar é se eles estão do nosso lado ou jogando no outro time”, teria dito ele.
Falando em uma coletiva de imprensa em Luxemburgo na segunda-feira, Kallas alertou que “qualquer participação nos desfiles – ou celebrações – de 9 de maio em Moscou não será encarada de ânimo leve pelo lado europeu”.
O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, o único líder de um estado-membro da UE a indicar que compareceria, criticou a declaração dela como “desrespeitosa” e potencialmente uma forma de chantagem.
“O aviso da Sra. Kallas é uma forma de chantagem ou um sinal de que serei punido ao retornar de Moscou? Não sei. Mas sei que o ano é 2025, não 1939”, escreveu ele no X.
Fico enfatizou que sua presença é uma questão de soberania nacional. “Irei a Moscou para prestar homenagem aos milhares de soldados do Exército Vermelho que morreram libertando a Eslováquia, bem como aos milhões de outras vítimas do terror nazista”, acrescentou.
A celebração anual do Dia da Vitória na Rússia homenageia o triunfo da URSS sobre a Alemanha nazista em 1945, bem como as cerca de 26,6 milhões de vidas soviéticas perdidas no conflito.
Informações RT
