“Os fatos são incontestáveis, e mostram que conter a China é missão impossível e só vai acabar com um tiro no próprio pé”
Por Jornal Clarín Brasil JCB News – Belo Horizonte em 28/01/2021 às 22hs20mins
Pequim – Qualquer tentativa de conter a China é uma “missão impossível”, alertou o ministério da defesa do país aos EUA nesta quinta-feira, enquanto o governo Joe Biden trabalha para fortalecer suas alianças asiáticas contra o gigante asiático.
As tensões militares entre as duas superpotências pioraram com as ações do ex-presidente Donald Trump, que durante sua gestão adotou uma postura agressiva em pontos de conflito regionais, como Taiwan e o Mar da China Meridional, além de declaradas guerras comerciais.
Biden's pick for the UN says the US will counter China's agenda https://t.co/NWlXMFcUML pic.twitter.com/s5VuTvtRE0
— Newsmax (@newsmax) January 28, 2021
A China, ao mesmo tempo, investiu bilhões de dólares para renovar suas forças armadas, seguindo as ambições do presidente Xi Jinping de transformar o Exército de Libertação do Povo em uma força de combate totalmente modernizada de “classe mundial” até 2050.
“Os fatos são incontestáveis, e mostram que conter a China é missão impossível e só vai acabar com um tiro no próprio pé”, alertou o porta-voz do Ministério da Defesa, Wu Qian, na quinta-feira.
“As relações militares sino-americanas estão atualmente em um novo ponto de partida histórico” com a chegada do governo Biden, disse Wu, instando aos EUA a adotarem uma “mentalidade sem confronto bélico, mutuamente respeitosa, de maneira que ganhem ambas as partes”.
As tensões entre as duas superpotências não mostraram sinais de diminuir sob a administração Joe Biden, que enviou grupos de navios de guerra, incluindo um porta-aviões dos EUA, para o Mar da China Meridional neste último fim de semana.
A China tem afirmado cada vez mais sua presença na região disputada nos últimos anos, expandindo agressivamente seu território por meio de ilhas e recifes artificiais, para desgosto dos vizinhos do sudeste asiático.
Em resposta, o governo Trump frequentemente enviava navios de guerra para perto de ilhas controladas por Pequim em “operações de liberdade de navegação”, que a China entendia como mera blefe.
Incômoda política dos EUA na região
A Casa Branca procurou firmar laços com as nações asiáticas nesta semana, com o presidente dos EUA Joe Biden reafirmando o “compromisso inabalável” de seu governo em defender o Japão, incluindo as disputadas Ilhas Senkaku reivindicadas pela China, em uma ligação na quarta-feira com o primeiro-ministro Yoshihide Suga.
O novo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin III, também discutiu as ameaças à segurança regional em ligações recentes com contrapartes na Coréia do Sul, Austrália e Índia – os dois últimos viram os laços com a China se deteriorando, cujas tropas estão em alerta em suas fronteiras, temendo pela explosão de um confronto a qualquer momento .
Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Zhao Lijian na quinta-feira rejeitou a aliança de segurança EUA-Japão como uma “relíquia da Guerra Fria” e disse que as disputas no Mar do Sul da China deveriam ser resolvidas entre “países diretamente envolvidos”, e não aqueles fora da região, como vem acontecendo há anos, principalmente quando a delicada questão envolve também Taiwan, reivindicada pela China como território rebelde, mas que por sua vez, é protegido pelos Estados Unidos.