Dançarina nas horas vagas, simpática, alegre, jovem, ousada e magnífica, assim é a cientista Nzambi Matee
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil, 04/09/2021
A crise de poluição do plástico no Quênia, país localizado na região denominada “chifre da Africa”, atingiu um ponto crítico, especialmente com o mundo ocidental, de maneira hipócrita, não menos falaciosa, continuando a exportar seus resíduos de plástico para o continente africano.
O país está se afogando em plástico, cursos de água entupidos a aterros sanitários precários e perigosos, e este material não biodegradável causando estragos nas comunidades locais. No entanto, a própria terra, vendo-se em perigo, sempre desenvolve defesas para sua auto-cura, por isso, nasceu também naquele país uma mulher, corajosa, visionária, empreendedora, consciente, com um cérebro genial, que trouxe consigo uma solução inovadora para combater esta crise ambiental, causada, como quase sempre, pelos chamados países “desenvolvidos”, e ao mesmo tempo, causar impacto positivo nas comunidades, a fantástica; NZAMBI MATEE.
RECYCLING can TRANSFORM WASTE into VALUABLE and CREATIVE ITEMS.
— Gjenge Makers Ltd (@gjenge_makers) August 21, 2021
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De acordo com um relatório de 2015 , a capital do Quênia, a linda e moderna cidade de Nairóbi, produz cerca de 2.400 toneladas de resíduos sólidos diariamente. Desse total, 20% são resíduos plásticos. Mas apenas 45% desses resíduos são reciclados ou reutilizados, em comparação com a meta de 80% planejada pela Autoridade Nacional de Gestão Ambiental.
Um dos maiores aterros sanitários não regulamentados da África, o aterro sanitário de Dandora se estende por uma área equivalente a 22 campos de futebol. Lá, diariamente, 1000 caminhões de lixo são despejados, sem o devido controle e cuidado. Este aterro, já atingiu a capacidade máxima e deveria ter sido fechado há mais de 20 anos. Devido ao despejo ilegal, a maioria dos restos desses dejetos. além das ininterruptas colunas de fumaça que afetam drasticamente a saúde das comunidades vizinhas, vários rios estão entupidos de plástico formando uma base sólido em seus leitos.
Há dois anos, os EUA, país que se considera “politicamente correto”, ou que pelo menos arrouga isso pelas mídias, exportaram mais de um bilhão de quilos de resíduos plásticos para 96 países, um desses destinos foi o próprio Quênia, tornando o problema do plástico ainda pior para o país. Agora, o governo de Washington planeja incluir embarques de resíduos de plástico em um acordo comercial proposto. Isso tornará ainda mais difícil para o país africano lidar com a crise. Já também, isso não é assunto de mídia, e nenhuma garotinha ESTRANGEIRA se interessa por mostrar, ou levantar bandeiras contra essa agressão silenciosa praticada pelos “amigos” ocidentais.
Tijolos de plástico?
Diante dessa calamitosa situação, providencialmente, essa dona de um dos cérebros mais brilhantes da atualidade, a magnífica Nzambi Matee, a cientista de materiais, que após muita dedicação nos estudos e na prática, decidiu fazer as coisas com as próprias mãos e enfrentar a crise da poluição do plástico, dando ao mesmo tempo, um fim rentável e proveitoso para aquele até então, “descartável” material. Ela transformou esse plástico em algo útil: blocos de construção.
No início dos testes, ela ainda não tinha certeza de que sua ideia funcionaria. Mas nove meses depois, como que se em uma gestação do plano, em 2018, a idéia veio a luz, e ela desenvolveu seu primeiro tijolo. Depois de entender como converter esse plástico em tijolos, ela própria desenvolveu e montou uma máquina em 2019 para produzi-los em grande escala.
Como funciona?
Matee usa resíduos plásticos pós-industriais de indústrias e resíduos plásticos pós-consumo de recicladores como matéria-prima. Materiais justamente iguaus aos que descartamos a toneladas pelo Brasil. Esses resíduos incluem garrafas “pet’s” e recipientes de plástico. Os resíduos são posteriormente separados para remover quaisquer vestígios de impurezas, ou metal. O plástico é então enviado para ser derretido e a mistura fervente é colocada em formas de blocos de construção.
Todo esse processo, dependendo da quantidade de matéria-prima, tem capacidade para produzir mais de 2.000 tijolos por dia. O resultado das experiências e ação, produziram tijolos que são 35% mais duráveis do que os tijolos tradicionais de argila e sete vezes mais resistentes, pois têm um ponto de fusão acima de 350 ° C. Os produtos são tão bons que obtiveram certificados pelo Bureau of Standards do Quênia.
Não satisfeita com a fantástica concepção e desenvolvemento da idéia, nossa gênio preferida, tornou-se também, a fundadora da Gjenge Makers, e usa sua empresa social para produzir materiais de construção alternativos e mais acessíveis por meio de resíduos de plástico reciclado. Em 2020, ela apresentou seu produto para uso em pavimentação, um piso externo tradicionalmente feito de concreto ou tijolo e é utilizado para fazer caminhos em pequenas residências.
No Projeto de Desenvolvimento de Favelas de Mukuru, onde está localizado o Centro de Treinamento de Habilidades de Mukuru, os pavimentos tradicionais, de cimento,se tornam lamacentos durante a estação chuvosa. Nem cascalho nem lajes de cimento deram certo até agora. Com sua aguçada visão de curto, médio, e longo prazo, Metee entrou com a proposta de assentar seus materias nas calçadas para resolver o problema, eles tentaram os tijolos da empresa dela, a Gjenge Makers, e o resultado não poderia ser outro; agora os pavimentos são duráveis. Os tijolos também são usados nas calçadas, caminhos e calçadas do Distrito Central de Negócios no centro de Nairóbi.
Por essa inovação, Matee foi nomeado Jovem Campeão da Terra pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Matee planeja colaborar com grandes construtoras no futuro. Ela quer oferecer suas soluções para fazer postes de construção e madeira plástica, dentre outros.
Matee acredita que o plástico deve ser usado em seu respectivo país de origem. Quanto mais plástico for reciclado, mais oportunidades haverá para moradias populares. Isso também criará oportunidades de emprego.
Como sabemos que no Brasil, este também se mostra um grande problemas, temos também por aqui, mulheres cientistas brilhantes, que não menos que Metee, são corajosas e dedicadas às causas sociais e científicas, além de empreendedoras, e ao acessarem essas informações, sentirão-se movidas a repetirem, e quem sabe, até aperfeiçoar essa maravilhosa idéia concebida e levada a execução naquele país irmão.
Mulheres brilhantes, o mundo as espera para que avancemos nesse processo evolutivo, que envolve a todos, e precisa de TODOS!
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