Com contagem quase concluída, campo de rejeição tem 62% dos votos contra 38% a favor da aprovação
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 06/09/2022
Os chilenos rejeitaram no domingo uma nova constituição que substituiria a carta elaborada durante a ditadura do general Augusto Pinochet em 1980.
Com a contagem quase concluída, o campo da rejeição tem 62% dos votos contra 38% a favor da aprovação.
A redação da nova constituição começou em 2019, depois que protestos maciços resultaram em um primeiro plebiscito, onde 80% da população apoiou a medida.
Ao longo de 12 meses, 155 indivíduos eleitos, representando uma variedade de vozes, trabalharam para redigir a nova constituição.
O resultado, apresentado ao presidente Gabriel Boric em julho, foi um documento progressivo de 178 páginas que incorpora a igualdade de gênero e os direitos indígenas, amplia as proteções sociais e prioriza o meio ambiente.
Embora a rejeição fosse esperada, já que as últimas pesquisas sugeriam que 58% votariam contra o documento, a margem para o campo de rejeição foi maior do que o previsto.
O resultado representa uma derrota para Boric, que apresentou a nova constituição como solução para as tensões sociais e políticas no Chile.
Em uma tentativa de aplacar os temores dos indecisos, o presidente havia proposto mudanças mesmo que a Constituição fosse aprovada.
“O povo chileno não ficou satisfeito com a constituição proposta e, portanto, decidiu rejeitá-la claramente nas urnas”, disse Boric em mensagem televisionada no domingo.
“Aqueles de nós que historicamente apoiamos esse processo de transformação devem ser autocríticos”, acrescentou.
O presidente convocou todos os partidos na segunda-feira para dar continuidade ao “processo constituinte”.
O voto era obrigatório para mais de 15 milhões de cidadãos no país sul-americano de cerca de 19 milhões de pessoas.
Após os resultados de domingo, a atual constituição permanecerá em vigor e o governo deverá iniciar um novo processo constitucional.