Novas manifestações nas rua, incêndios e confusões no centro da capital do Chile Santiago, mesmo havendo o presidente Sebastían Piñera demitido membros de seu gabinte, nas tentativa de aplacar a fúria e idignação dos chilenos, a maior já vista naquele país, desde a redomocratização em 1990.
Turbas de manifestantes fizeram fogueiras ao longo da Avenida Alameda central e resolveram enfrantar a policia de chque chilena, que fez uso de grande quantidade de gás lacrimigêneo que pareciam verdadeiras nuvens pelas ruas do centro. As manifestações não se resumiram somente à capital. Aconteceram também nas cidades de Antofagasta e Copiapo, no deserto chileno ao norte, até Osorno, Concépcion e Valdivia no sul, onde também ocorreram saques, incêndios e cao generalizados durante a tarde e a noite. Vídeos da multidão de saqueando os caminhões parados na rota norte-sul, a principal do país circulavam nas redes sociais, enquanto em Santiago o barulho das sirenes era soaram durante a noite, denunciando que os pontos de manifestações era generalizado .
O presidente Piñera anunciou que o ministro do Interior, Andres Chadwick- defensor assumido de Augusto Pinochet durante o regime de 1973-1990 – seria substituído pelo jovem advogado Gonzalo Blumel.
Blumel imediatamente pediu um diálogo nacional para curar as profundas divisões, dizendo que: “algo dividiu nosso país”
Ignacio Briones, substituiu o ministro das Finanças, Felipe Larrain
Ouviam-se cetenas de tiros pelas ruas, e muitos manifestantes sairam gravemente feridos
“São dias muito difíceis. entre a dor e a esperança ”, disse Sebastían Piñera, que vê seus índices de aprovação chegando a casa de um dígito. “O Chile mudou e o governo também precisa mudar para enfrentar esses novos tempos e novos desafios.”
Mas, depois de mais de uma semana de manifestações, em decorrência das desigualdade econômica, poucos esperavam que os rumores de insatisfação percebidos na mídia e redes sociaisresultassem em tamanha revolta: os manifestantes pedem a renúncia de Piñera, enquanto o presidente tenta dialogar com os manifestantes. A fumaça do gás lacrimogêneo se via e sentia até mesmo nos pátios do palácio presidencial.
“Muito mais do que uma mudança de rostos e nomes, precisamos de uma profunda mudança de política. O governo deve olhar com mais atenção para a agenda social que comtemple a sociedadee suas demandas em um todo, e não somente para a individualidade de alguns cidadãos ”, afirmou Alvaro Elizalde, presidente do Partido Socialista.
Novas manifestações já foram convocadas para esta terça-feira, e além da revolta pública, Sebastían Piñera agora enfrenta também a revolta de parlamentares da oposição que acusam de violação da constituição e permitir desrespeito aos direitos humanos durante os protestos nas ruas que deixaram pelo menos 19 mortos e levaram ao prisão de mais de 7.000 cidadãos chilenos. Piñeda, discorda da acusação e ao receber comissões de Direitos Humanos da ONU ainda nesta segunda, afirmou: “Não temos nada a esconder”.
O novo ministro do Interior Blumel em contraste dramático com a retórica autoritária de seu antecessor, Chadwick, saudou repetidamente as investigações de direitos humanos, no sentido de aplacar a fúria dos manifestantes.
Pelas redes sociais, pode se ver milhares de imagens mostrando as forças de segurança em confronto manifestantes depois que Piñera declarou estado de emergência e enviou o exército para as ruas na semana passada. Grupos de direitos humanos manifestaram-se na segunda-feira em frente a suprema corte e exigiram que a corte se manifestasse em face ao numero de mortes e de mais de 1.000 chilenos feridos, dentre esse contigente, 100 parcialmente cegos após serem atingidos nos olhos.
Em uma carta aberta publicada na segunda-feira, 150 professores de direito chilenos condenaram graves violações dos direitos humanos em todo o país.
“Exigimos que o direito dos manifestantes seja respeitado”, dizia na carta, que pedia “um diálogo justo, responsável, de boa fé, para criar caminhos para soluções”.
Pelo lado policial, os comandantes das tropas observaram que centenas de policiais também foram feridos em confronto – muitos queimados por coquetéis molotov atirados por manifestantes. Os militares, em menor número não conseguiram impedir os saques em massa e o vandalismo, que deixou um rastro de mais de 100 supermercados destruídos, ao lado de inúmeras estações de metrô, farmácias e bancos, também destruídos pelas multidões
Seria essas maifestações um indicatico de uma “primavera sul-americana” – Cremos que ainda não
Apesar da fúria generalizada contra Piñera, a oposição ao governo do Chile não conseguiu extrair capital político dessa crise, disse Pablo Zeballos, fundador da iTask consulting, uma empresa latino-americana de análise de risco com sede no Chile.
“Para os manifestantes, toda a classe política, e ambos os lados, direita e esquerda são culpadas. Eles são vistos como eles são inválidos privilegiados ”, afirmou.
“O grande desafio para Piñeda, será manter a ‘normalidade’ nos próximos dias, e avançar com a elaboração de um novo contrato social e apresentação de uma rápida solução política”, disse Zeballos. “Essas manifestações criaram uma unificação daqueles que se sentem esquecidos e rejeitados, pelas políticas de dovernança de Piñeda e sua equipe, e o tempo para encontrar uma solução política urge.”