Dados do IBGE apontam um crescimento de cerca de 23% na área plantada com alho no Brasil nos últimos anos
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 15/03/23
O modelo de agricultura, altamente baseado em ciência e tecnologia, colocou o Brasil em destaque como protagonista de uma verdadeira revolução na produção de alimentos, notadamente nos trópicos. Os desafios nas diferentes cadeias produtivas exigem respostas cada vez mais rápidas às demandas dos sistemas de produção e mercados cada vez mais competitivos e dinâmicos e claro, de uma sociedade cada vez mais informada e exigente. Assim, a nossa agricultura precisa responder a uma agenda de desenvolvimento fortemente centrada em soluções tecnológicas economicamente viáveis, ambientalmente adequadas e socialmente justas.
A cadeia produtiva de hortaliças é bastante dinâmica, onde importantes avanços têm sido observados nas últimas décadas, principalmente em termos de produtividade e qualidade do produto colhido, com uma maior regularidade na oferta dos produtos nas diferentes regiões do país. No caso do alho, uma melhoria no sistema de produção por meio de investimentos crescentes em tecnologias tem contribuído para o aumento da área plantada no país nos últimos anos com consequente contribuição da produção interna na oferta do produto.
Dados do IBGE apontam um crescimento de cerca de 23% na área plantada com alho no Brasil nos últimos anos, de 10,6 mil hectares plantados em 2018 para 13 mil hectares em 2021. Entretanto, neste mesmo quadriênio, a produção aumentou, em 67%, isto é, 118 mil toneladas em 2018 e 197 mil toneladas em 2021, evidenciando assim, um significativo aumento de produtividade obtido pelos nossos produtores. Vale ainda ressaltar a melhor qualidade do alho produzido nacionalmente em comparação ao alho importado, especialmente aquele oriundo da China.
Por outro lado, observa-se também uma redução significativa na importação de alho (fresco ou refrigerado), sendo que em 2020 importamos 193,5 mil toneladas a um valor de US$ 274,9, e em 2022, 119,6 mil toneladas a um valor de US$ 143,7 milhões (Comex/MDIC), com consequência no fortalecimento da cadeia produtiva, com geração de renda e principalmente postos de trabalho. Paralelo aos esforços para ampliar a participação no abastecimento interno, o país iniciou a desenhar um projeto de exportação onde se conseguiu levar o alho brasileiro para duas exposições importantes com a Fruit Attraction em 2022 (Espanha) e a Fruit Logistica em 2023 (Alemanha); uma oportunidade para identificar parceiros e estabelecer negócios no mercado internacional.
Embora significativos ganhos de produção e competitividade tenham sido observados nas principais regiões produtoras de alho, desafios adicionais como cultivares e sementes de alta qualidade, aspectos relacionados à nutrição e fertilidade do solo, controles eficientes (e mais sustentáveis) de pragas e doenças, práticas de conservação e armazenamento, dentre outros, ainda devem ser priorizados pelos diferentes atores envolvidos na cadeia produtiva.