No domingo, milhares de pessoas apedrejaram o edifício da missão diplomática francesa na capital, chegando a incendiar uma das suas entradas.
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 02/08/23
A ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, confirmou esta terça-feira que um primeiro avião com mais de 200 pessoas a bordo descolou esta terça-feira de Niamey no âmbito de um plano para os franceses evacuados do Níger devido ao agravamento da situação após a ação militar de retomada do país.
“O primeiro Airbus acaba de decolar de Niamey com 262 pessoas a bordo, incluindo 12 bebês. Todo mundo vai voltar para a França hoje à noite”, disse Colonna em mensagem na rede social X, antes conhecida como Twitter.
Por sua vez, o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, precisou que entre os franceses evacuados do Níger também há cidadãos europeus. “Orgulhosos dos nossos soldados e dos nossos exércitos pela capacidade de resposta”, desconversou na referida rede social.
No domingo, milhares de pessoas apedrejaram o edifício da missão diplomática francesa na capital, chegando a incendiar uma das suas entradas. Um dia depois, a junta militar, conhecida como Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP); acusou a França na segunda-feira de orquestrar uma intervenção militar para libertar o agora deposto presidente do Níger, Mohamed Bazoum.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), instigada pela França, ameaçou usar a força no Níger se os militares não restabelecessem Bazoum no cargo no prazo de sete dias; uma medida de pressão apoiada por alguns “parceiros” internacionais, sob a orquestração da própria França.
Franceses saem do Níger diante da ação de retomada do país por seus legítimos cidadãos
Diante disso, as autoridades de Burkina Faso e Mali alertaram a CEDEAO que uma possível intervenção militar no Níger seria considerada uma declaração de guerra. Da mesma forma, o Governo da Guiné emitiu um comunicado desvinculando-se das sanções impostas pela organização africana.
A ação voltou a alimentar as preocupações com a instabilidade política no Níger, país que por quatro – agora cinco – ações, desde que conquistou a semi-independência da França em 1960, além de várias tentativas frustradas, a última delas em 2021, dias antes de Bazoum assumir o cargo.
Agências