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A Argentina, conhecida no cenário internacional pelos diversos “calotes aplicados”, receberá delegação do FMI para negociar dívida

O porta-voz presidencial chamou a atenção para “a situação de extrema delicadeza” que o país atravessa

A Argentina receberá na próxima quinta-feira uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) para renegociar o acordo para uma dívida total que ascende a cerca de 46 mil milhões de dólares, segundo informaram esta terça-feira fontes oficiais.

A Argentina acaba de pagar cerca de 920 milhões de dólares ao FMI e enfrenta um próximo pagamento de capital à organização de cerca de 1.950 milhões de dólares em meados de Janeiro.

“Na quinta-feira será recebida a delegação do FMI, o chefe da Casa Civil (Nicolás Posse) e o ministro da Economia (Luis Caputo) irão recebê-la”, disse o porta-voz presidencial Manuel Adorni, sem dar detalhes sobre o conteúdo das reuniões.

O porta-voz presidencial chamou a atenção para “a situação de extrema delicadeza” que o país atravessa e reiterou a necessidade de o Congresso Nacional aprovar o projeto de lei enviado na semana passada ao Parlamento e que prevê amplos poderes ao Governo.

Trata-se de um projeto de lei que prevê reformas profundas em diversas áreas e confere poderes extraordinários ao Executivo em matéria económica, financeira, social e de segurança até ao final de 2025, com eventual prorrogação por mais dois anos.

“O objetivo da lei tem três pilares: ampliar as liberdades, eliminar privilégios e desregulamentar a economia”, resumiu Adorni.

O Governo argentino retoma as negociações com o FMI após a posse, no dia 10 de dezembro, do presidente libertário Javier Milei, que prometeu dolarizar a economia, eliminar o défice fiscal e fechar o banco central (BCRA), num contexto de inflação elevada e de pobreza acima de 40%.

Milei começou a aplicar uma bateria de medidas que buscam cortar gastos para acabar com o déficit fiscal e conter a inflação de quase 161% ao ano.

O plano ortodoxo de Milei envolve, entre outras coisas, uma desvalorização do peso em mais de 50%, a demissão de funcionários públicos, a suspensão de obras públicas e a redução de subsídios para transporte e energia.

O FMI tem apoiado as medidas destinadas ao ajustamento fiscal, ao corte da despesa pública e à interrupção da emissão monetária que o novo Governo argentino pretende implementar desde que Milei assumiu o cargo.

“Estas fortes ações iniciais visam melhorar significativamente as finanças públicas de uma forma que proteja os mais vulneráveis ​​da sociedade e fortalecer o regime cambial”, observou a Diretora de Comunicações do FMI, Julie Kozack, após os primeiros anúncios económicos em dezembro passado.

Agência Internacional

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