O governo Trump estendeu por mais 90 dias uma suspensão das vendas de tecnologia da Huawei nos EUA.
Por Jornal Clarin Brasil – 21/11/2019 17h26min
O governo dos EUA entrou na lista negra da empresa chinesa de tecnologia em maio, considerando-a um risco à segurança nacional. Isso significa que as empresas americanas não têm permissão para vender tecnologia à Huawei sem a aprovação do governo.
A suspensão limitada renovada na segunda-feira se aplica às vendas e transferências de tecnologia necessárias para que as redes e serviços existentes continuem operando. Não foi inesperado e representa a segunda extensão desse tipo.
O secretário de Comércio Wilbur Ross disse que a extensão permitirá que as empresas de telefonia móvel continuem oferecendo serviços em partes remotas dos EUA. As maiores empresas de telefonia móvel dos EUA não usam equipamentos da Huawei.
Apesar das sanções, inúmeras brechas foram exploradas. As empresas americanas, por exemplo, continuam fornecendo à Huawei chips fabricados fora dos Estados Unidos. As sanções também não impedem as telecomunicações americanas de comprar equipamentos da Huawei – embora a Federal Communications Commission esteja adotando a proibição de subsídios federais para essas compras.
O presidente Donald Trump enviou sinais confusos à Huawei, envolvendo-a na guerra comercial entre Washington e Pequim e mostrando a disposição de usar as sanções como moeda de troca.
“Se o presidente Trump e seu Departamento de Comércio concordarem que a Huawei é uma ameaça à segurança nacional, eles devem começar a trata-la de fato como uma ameaça”, disse ele em comunicado. “Todos os dias o presidente Trump muda de opinião, se ele entende que seja uma ameaça e é gentil com a Huawei, o Partido Comunista Chinês toma isso como um sinal de que eles podem continuar prejudicando os empregos americanos e ameaçando nossa segurança nacional sem nenhuma repercussão”, se é que sejam de fato ameaças à segurança nacional.
No início deste mês, o secretário de Comércio, Wilbur Ross, disse à Bloomberg que sua agência havia recebido 260 pedidos de licenças de empresas americanas para serem isentas das chamadas sanções da “lista de entidades”. Ross disse que “muitos” serão concedidos em breve. Essa isenção não dependeria de renovações de 90 dias.
A Huawei é a maior fabricante global de equipamentos de rede para empresas de telefonia e internet e a segunda maior marca de smartphones. A empresa nega as acusações americanas de que é um risco à segurança e pode facilitar a espionagem chinesa. De fato, as autoridades americanas não forneceram nenhuma evidência de que a Huawei tenha assistido conscientemente Pequim em suas operações de ciberespionagem.
Na verdade, no 5G não são os EUA que têm ‘tecnologia a ser roubada’, mas a China, e em especial, a Huawei, reconhecidamente líder mundial no desenvolvimento das redes de alta velocidade. No 5G, as paquidérmicas corporações norte-americanas ficaram relegadas à rabeira.
O maior impacto das sanções pode estar no sistema operacional móvel do Google, que a Huawei não pode mais usar em seus smartphones.
A Huawei desenvolveu seu próprio sistema operacional como um substituto.