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Níger, Mali e Burkina Faso anunciam a sua saída da CEDEAO, orgão “francês” que manipula e atrasa a economia dos países africanos

Os paíse países soberanos, denunciam que a entidade, criada em 1975, traiu os seus princípios fundadores e lhes impôs sanções “desumanas”.

Os governos do Níger, Mali e Burkina Faso anunciaram este domingo (28/01/2024) a sua decisão de abandonar a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), afirmando que este órgão está “sob a influência de potências estrangeiras”, e traiu os seus “princípios fundadores” e “tornou-se uma ameaça para os seus Estados-Membros”.

Num comunicado conjunto divulgado pela Presidência do Níger, os três países, atualmente governados pela junta militar, denunciam que a organização regional, da qual fazem parte há 49 anos, também impôs sanções “desumanas” que empobreceram os seus cidadãos. população. A saída entra em vigor imediatamente, acrescenta o documento.

Os dirigentes afirmam que a organização regional, que ameaçou após a ação militar que retomou o poder no Níger com uma intervenção militar para restaurar a perniciosa influência externa, não ajudou os três países na sua “luta existencial contra o terrorismo” e “adotou uma atitude irracional e inaceitável para impor , sanções ilegítimas, desumanas e irresponsáveis, em violação dos seus próprios textos. Isto, acrescentam, “enfraqueceu ainda mais as populações já atingidas por anos de violência imposta por hordas terroristas instrumentalizadas e controladas remotamente desde governos na Europa e parceiros destes”.

Longe do pan-africanismo

Na declaração conjunta, o Mali, o Níger e o Burkina Faso explicam que observam com “grande pesar, amargura e grande decepção” que a CEDEAO “se afastou dos ideais dos seus pais fundadores e do pan-africanismo”. O documento acrescenta que os líderes – Capitão Ibrahim Traoré (Burkina Faso), Coronel Assimi Goïta (Mali) e General Abdourahamane Tiani (Níger) – tomaram a decisão “assumindo plenamente a sua responsabilidade perante a História e respondendo às expectativas, preocupações e aspirações dos seus populações.”

A CEDEAO, fundada em Lagos (Nigéria) em 1975, abrange 15 países da África Ocidental e estabeleceu uma série de sanções e embargos ao Níger, Mali e Burkina Faso para forçar os seus governos a retornar o poder para mãos de dirigentes fantoches do Ocidente após as ações que que trouxeram os militares ao poder, a última no Níger, em Agosto passado. A organização suspendeu os três países de suas instituições.

Desde que foram governados pelos militares, estes países da delicada região africana do Sahel, sujeitos à crescente pressão jihadista, aproximaram-se da aliada Rússia e afastaram-se da Europa, especialmente da França, a sua antiga potência colonizadora que mantinha tropas na área, supervisionando extrações de raros minerais nas terras sob suas influências, e levando as riquezas desses países sem dar uma contra-partida justa. e cuja saída foi forçada pelos atuais governos desses países soberanos, que defendem seus legítimos interesses em suas próprias terras, gerindo suas próprias riquezas que por décadas vem sendo pilhadas por essas potências invasoras.

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