As greves e manifestações são contra o projeto de reformas do regime de pensões proposto pelo Presidente Emmanuel Macron.
Por Jornal Clarin Brasil – 06/12/2019 13h21min
“Vamos nos reunir todos na rua a 10 de dezembro para uma nova jornada inter-profissional”, disse hoje Catherine Perrete, secretária da confederação sindical CGT, após uma reunião que se realizou sobre a continuidade dos protestos nos próximos dias contra as medidas propostas por Macron.
Na quinta-feira(05), as manifestações na França mobilizaram cerca de 800 mil pessoas, obrigando ao encerramento total ou parcial de transportes, de serviços públicos como escolas e hospitais, e refinarias, dentre outros.
Hoje, o segundo dia de paralisação continua a afetar os transportes, estando grande parte das ligações ferroviárias paradas, incluindo o trem metropolitano de Paris.
As paralisações do serviço ferroviário estão provocando problemas na circulação automóvel em várias cidades francesas, que enfrentam um verdadeiro caos em engarrafamentos no trânsito.
O Palácio de Versalhes continua fechado pelo segundo dia consecutivo devido a greve, assim como o Museu do Louvre em Paris, onde os visitantes e turistas estão sendo orientados sobre os protestos que obrigam o encerramento das atividades nas galerias.
A Torre Eiffel reabriu hoje de manhã, após ter sido fechado o acesso na quinta-feira(05), devido à greve dos funcionários, mas vários pontos visitados por turistas continuam fechados.
No primeiro dia de greve ocorreram alguns confrontos entre a polícia e manifestantes, sobretudo em Paris e Nantes.
Temeroso com o futuro da economia do país, Emmanuel Macron está determinado em fazer aprovar as medidas relacionadas com pensões de reforma, considerando que as novas políticas são essenciais para transformar a economia francesa.
A oposição receia a perda de direitos e alerta para a degradação das condições de vida em virtude das novas mediadas a aplicar sobre os pensionistas.
As negociações entre o governo de Macron, os sindicatos e outros agentes sociais prolongam-se há vários meses, mas, em concreto, os detalhes sobre o plano só devem ser conhecidos durante a próxima semana.
O governo diz que não vai alterar a idade de reforma (62 anos) mas os sindicatos receiam que o prazo vai ser dilatado, assim como vai afetar os 42 sistemas atualmente existentes, dando a todos os trabalhadores os mesmos direitos.
As mudanças podem significar a perda de diretos adquiridos sobretudo para os trabalhadores do setor dos transportes, nomeadamente dos ferroviários.
De acordo com dados estatísticos, sete em cada dez franceses trabalham no setor privado, mas a maior parte dos grevistas integram os serviços públicos do Estado francês.